20 de março de 2017

O primeiro capítulo de La Bandida


Prólogo

"Sangue... droga!" 
  
Um homem que aparentava ter 45 anos sorria ao olhar para a sua futura vítima; seu futuro troféu: 
 — Como é La Bandida? Como vai puxar o gatilho do seu revolver? 
Hum... era verdade! Como a pistoleira mais famosa do New Oeste poderia sacar do seu coldre? Ela estava baleada no braço esquerdo, o seu ponto forte em sacar da arma. O sangue escorria pela sua luva de couro e chegava a lhe causar frio. O direito? Não, não seria possível atirar com a mão destra... 
La Bandida se afastou e encostou-se atrás da parede, respirando com dificuldade. O homem de chapéu negro e de lenço vermelho no pescoço se aproximou acariciando o revolver de prata na sua cintura: 
 — Sabe, Helena, eu nunca pensei que chegaríamos a este ponto, um dia. Quem poderia prever que eu seria o xerife e você a bandida! O mundo dá muitas voltas minha menina... 
Helena! Droga! Era este o seu nome. Já havia até esquecido. A dor lhe fazia esquecer quase tudo. 
O homem se aproximou e agarrou Helena pelo braço ferido e a puxou para si, próprio. Depois deu um soco no rosto da garota fezendo com que seu chapéu negro caísse no barro: 
— Vou facilitar as coisas para você, menina! — Disse ele, ao enfiar a mão no seu próprio coldre e retirar um dos seus revolveres. 
  Depois, o homem colocou a arma na mão direita da pistoleira: 
— Vamos! Segure! 

 “Não dá.” 

A arma caiu na areia barrenta. Os dedos da mão direita de Helena eram fracos. Não suportavam o peso de um colt 45. Aliás, não suportavam quase nada. 
— Assim você me decepciona!  

 “Vou te encher de pólvora, seu desgraçado!” 

— Acabou a brincadeira, La Bandida! Prepare-se, pois teremos nosso tão esperado "gran finale"!   — O homem agarrou a arma que repousava sobre o barro e devolveu ao coldre da moça: 
 — Pronto! Agora você está armada novamente. Vou me afastar e quando o Jack gritar "já", atiraremos! Quem sobreviver paga o funeral do outro. 
 O homem lançou seu olhar negro para a moça e ela reconheceu aqueles olhos. Aliás, aqueles olhos a remeteram para um passado já bem distante e que talvez fosse a hora de relembrar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem-vindo. Seu comentário é muito importante!