9 de novembro de 2016

Trono de Vidro de Sarah J. Maas


Não julgue pela capa

Trono de Vidro é o primeiro livro da série homônima da jovem escritora estadunidense Sarah J. Mass. Lançado no Brasil em 2013 pela editora Galera Record, com quase quatrocentas páginas, o livro nos apresenta Cealena Sardothien, uma assassina de quase vinte anos em busca de redenção.

A narrativa em terceira pessoa começa com a visita do capitão da Guarda Real às minas de Endovier onde Celaena é mantida escravizada. Chaol, este capitão, tem uma proposta para a maior assassina de Adarlan: trocar a escravidão por uma competição que elegerá o campeão do rei. Caso Celaena vença, terá que usar suas habilidades assassinas para o reinado por quatro anos. Depois, será livre. É explicado que Dorian, o príncipe herdeiro, escolheu Sardothien para ser sua representante no torneio do pai, ao passo que duques o outros nobres tinham os seus próprios patrocinados. Celaena então é levada ao Palácio de Vidro, sede do reinado e treinada pelo capitão da guarda a fim de se preparar para a competição. Lá a assassina passa vários meses, faz amigos, inimigos e vive grandes aventuras até o deslinde da disputa. 

Trono de Vidro tem um ritmo acentuado. Uma história maior permeia o enredo deste primeiro livro e suas consequências serão exploradas nos volumes seguintes. A leitura é descomplicada, as coisas acontecem em todas as páginas. A organização do enredo é boa, tudo bem distribuído e alocado no momento certo, o que ajuda a prender o leitor (na falta de personagens cativantes).   

O mundo descrito na obra é interessante. Há um mapa completo antes da história e ele ajuda a entender o cenário. O leitor tem um mundo mágico para conhecer e apreciar. Destaque para a arte da capa e todo o acabamento do livro. É uma peça agradável, assim como os livros seguintes da série

Contudo, a história de Celaena pode não agradar por muitos motivos. O primeiro deles é que o leitor estará imediatamente diante de uma personagem principal muito poderosa. Qualidades como "a maior", "a melhor"," a mais" são usados sem pudor para descrever a assassina, não havendo espaço para um crescimento pessoal. Outro ponto negativo é o próprio título de assassino de Celaena. Não há coerência entre sua posição criminosa e sua personalidade. A autora a descreve como uma heroína, distanciando-se completamente da alcunha de matadora.

Estabelece-se, mais uma vez, como em Crepúsculo e Jogos Vorazes, o triângulo amoroso. Embora a ideia seja interessante por causar expectativa nos leitores, a forma como é usada em Trono de Vidro é superficial. Não há explicações sobre o que embala os sentimentos. Celaena tem seus segredos, isso fica claro, mas os outros personagens não são como ela e deveriam ter suas emoções melhor construídas. A ideia de um torneio para escolher o campeão do rei, lembra a linha de raciocínio de Jogos Vorazes, a de lutar pela sobrevivência. O rei em Trono de Vidro pode facilmente ser o presidente da Capital. O fator continuidade foi trabalhado desde o começo. Há muito a ser explicado e explorado, o que empobrece o enredo deste primeiro livro. Trata-se, apenas, de uma apresentação dos personagens e do cenário. 

Em poucas palavras, Trono de Vidro é um livro bonito fisicamente, de bom ritmo e cenário cativante. Entretanto peca com personagens superficiais e desinteressantes, além da originalidade. 

Fica a resenha

Abraço.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem-vindo. Seu comentário é muito importante!