1 de agosto de 2016

O Diário de Anne Frank


O 1 de agosto de 1944

O Diário de Anne Frank é um livro que reproduz as páginas do diário da adolescente judia Anne Frank, escrito enquanto ela e sua família se escondiam dos nazistas nos tempos da Segunda Guerra Mundial. A última anotação no diário foi feita em 1 de agosto de 1944, há exatos 72 anos. Provavelmente a última coisa de Anne escreveu na vida. Poderia imaginar que naquela oportunidade teria poucos meses de vida? Que passaria por todo aquele sofrimento que ouvia no rádio nas noites do Anexo Secreto? 

A jovem autora de "O Diário de Anne Frank" ganhou Kitty (o nome que deu ao diário) em seu aniversário de 13 anos. Pouco tempo depois ela e sua família tiveram que deixar a casa em que viviam para se esconder dos nazistas. O esconderijo vinha sendo preparado por Otto H. Frank, pai da autora, no local em que trabalhava. Anne o chamou de Anexo Secreto e fez uma minuciosa descrição das instalações assim que chegou ao lugar. Nas páginas do seu diário a adolescente relata os dias de confinamento na esperança de que a guerra terminasse e pudesse retomar a sua vida. Também é possível perceber a tensão causada pelo confinamento e a angústia de uma vida de espera. 

Mesmo com toda a adversidade daqueles dias, Anne Frank manteve-se otimista. Ocupou o seu tempo com atividades escolares e leitura. Relatou em seu diário a relação que desenvolveu com os outros ocupantes do Anexo Secreto. Além dos Frank (Anne, Margot, Otto e Edith), viviam no local a família Van Daan (Auguste, Heramanh e Peter) e o dentista Dussel. As brigas com a mãe, a admiração pelo pai, a amizade com a irmã e os atritos com os Van Daan e Dussel. No começo Anne não vê qualidades em Peter Van Daan, mas a solidão a faz enxergá-lo de outra maneira. Eles até chegam a esboçar um romance. A escritora amadurece muito por conta da experiência de viver escondida.

O livro é a prova de que todos podem ter histórias interessantes para contar. Anne Frank tinha receio de que o seu diário não fosse interessante, afinal quem gostaria de conhecer o relato de uma menina de 13 anos? Hoje sabe-se que o seu diário é um dos livros mais lidos no mundo e uma confissão fiel dos horrores causados pela guerra. Independente do próprio fim da autora, já nas páginas do seu diário nota-se o sofrimento psicológico; os planos para um futuro duvidoso. Tudo isso aliado a angústia de poder ser descoberto a qualquer momento. Neste 1 de agosto, sabe-se que tudo isso é história, que não houve futuro para aquela família. Os maiores temores se tornaram realidade e apenas o diário permaneceu.

Entretanto o sonho da pequena Anne que era de se tornar escritora, é uma realidade. Nas próprias páginas do seu diário ela faz planos de publicá-lo, tarefa que seu pai, único sobrevivente do Anexo Secreto, levou a cabo. 

Se usarmos a mesma imaginação que impulsionou a escritora a não perder as esperanças, ainda podemos resgatá-la do Anexo Secreto. Ela viverá naquelas páginas, intacta. Em suma, O Diário de Anne Frank é um livro triste pelo que não está escrito.  Na última vez que a autora escreveu em seu diário ela fazia uma reflexão sobre si e o que a vivência naquelas condições tinha lhe ensinado, sem saber que dali a três dias seria descoberta. A Leitura é algo que não se restringe ao que está escrito. Há mais. Por tudo isso é que a história de Anne é única e mágica. 

Fica a resenha e a dica.
Abraço.                 

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