21 de julho de 2016

Fotografia

Foto: theyanus/ imgur

Você já reparou com atenção em uma foto sua? Notou o que te faz se reconhecer em uma imagem? Mesmo em fotos antigas você sabe que aquela foto contém uma imagem da sua pessoa. Uma imagem, uma reprodução, um registro de algo. Mas afinal, o que está registrado condiz com o que você é? Como o que foi na época do retrato? 

Observe que ao nos deparamos com uma imagem podemos observá-la e tirar dela conclusões. Achá-la bonita, feia, nova ou velha. O indivíduo reproduzido ali pode estar careca, gordo. A fotografia pode ser facilmente julgada. A grande pergunta é: pessoas também podem? Posso olhar para uma pessoa e encaixá-la em um padrão estético que julgo adequado. Daí concluir que ela é ou não é bonita?  

Os olhos nos mostram imagens de pessoas, assim como nos mostram as imagens reproduzidas em fotos. Se levarmos este argumento adiante, vamos perceber que tudo o que podemos identificar com os nossos olhos são imagens. São como fotografias, embora possuam movimentos, assemelhando-se neste caso às filmagens. Mesmo as filmagens, sabemos com clareza que não correspondem à realidade, que são registros, cópias de algo que passou.

Então, tudo é imagem? Tudo é reprodução? Reprodução de quê? 

Uma imagem não passa de uma reprodução. Reprodução não é o que algo é de verdade, mas uma cópia. Assim, tal qual uma fotografia minha ao ser observada por mim é uma reprodução de mim para mim, a minha imagem aos olhos dos outros, será, igualmente uma reprodução de mim, mas dessa vez, a cópia será destinada aos outros. A explicação parece confusa, mas o argumento inicial prevalece: os nossos sentidos reproduzem as coisas e pelo simples fato de o fazerem são incapazes de captar a essência do que tudo é feito. 

O que sobra de mim de verdade? O que sou eu? O que és tu?

Não me atrevo a apontar uma resposta, mas tenho certeza de que você e eu não somos uma fotografia. 

Paul Law 

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