11 de dezembro de 2015

A Tropa do Ambiente em: A Internet do Futuro


Uma aventura, um aviso

A Tropa do Ambiente é ideia da escritora Eliana Ruiz Jimenez que faz parte da Comissão de Meio Ambiente e Urbanismo da OAB e do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Camboriú/SC. Sua intenção é alertar o público mais jovem sobre as consequências do uso irresponsável dos recursos naturais e  a degradação do Meio Ambiente. A turminha (personagens principais do livro) é formada pela garotada da 8ª série (hoje nono ano): Lucas, Bruna, Xandão, Pati e Marciano.

Neste primeiro livro de subtítulo "A Internet do Futuro" os meninos de Costa Esmeralda receberão uma mensagem eletrônica do amanhã, relatando uma tragédia ambiental. Cientes do dever de impedir que tal coisa aconteça, o grupo se envolve em diversas aventuras, cujos desdobramentos vão muito além do que se imagina. Uma história rápida, intensa e de reviravoltas interessantes que tem, ainda, importante mensagem sobre o cuidado com nosso planeta. 

Eliana tem uma narrativa simples, polida e objetiva, capaz de "fisgar" o leitor logo de cara. Cada personagem é descrito o suficiente para justificar os seus atos na trama. O cenário praiano contribui muito para termos a sensação de estarmos vendo um filme infanto-juvenil exibido nas férias. Destaque para a maneira sucinta e direta com a qual a autora  descreve dos lugares frequentados pela turminha. Vale dizer, também, que a obra teve o apoio do Município de Balneário Camboriú para ser concretizada, o que mostra o comprometimento da municipalidade com a Cultura  e o Meio Ambiente.

Em suma, A Tropa do Ambiente em: A Internet do Futuro" é uma leitura rápida que diverte sem rodeios. "Romântica" em alguns pontos, tendo em vista tudo que sabemos sobre a depredação dos recursos naturais, mas coerente em sua mensagem: é preciso fazer alguma coisa para diminuir a poluição e o impacto ecológico que causamos com nossas "necessidades". 

Fica a resenha e a dica.        
Abraço. 

Quer conhecer mais sobre a autora e a obra? Acesse:


2 de dezembro de 2015

Visita à Fábrica de Gente



O guia tinha orgulho do seu conhecimento quando dizia aos adolescentes sobre a fábrica, a primeira a automatizar todo o processo de produção. Enquanto andava pelos corredores metálicos, seguido dos ávidos estudantes dizia:
— Produz-se todo tipo de humano. Há os para o mercado de adoção, de mão-de-obra e os substitutos. 
Jaime franziu o cenho. Mathias, o seu melhor amigo percebeu a dúvida do colega. Falou-lhe:
— Substitutos são aqueles que ocupam o lugar de um ente querido que morreu. 
— Ah — disse o garoto. — Em casa os chamamos de clones.
— Meu pai disse que é errado chamá-los assim — Greta entrou na conversa. — Clonagem não tem nada a ver com a produção de humanos. 
— Quem é que te perguntou alguma coisa?
A garota mostrou a língua para Jaime. A professora Leda, ao perceber a conversa paralela interveio:
— Silêncio, Greta, Mathias e Jaime. Aproveitem a expedição! 
Os três adolescentes interromperam a conversa e seguiram os demais pelos corredores da Fábrica de Gente. 
— Atrás desta porta está o local em que os humanos produzidos estão armazenados — explicou o guia da expedição. 
Quando o portal de metal se abril eletronicamente os alunos do terceiro ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Aristides Gurjão não conseguiram esconder a admiração. Nada como aquilo fora visto antes por qualquer um deles. Tratava-se de um grande galpão preenchido por caixas de papelão prateada de diversos tamanhos, com a frente transparente mostrando o rosto dos humanos fabricados.
— Parecem bonecas — falou Greta.
Dessa vez o guia escutou o comentário. Falou:
— Exatamente. Eles são embalados assim para facilitar a exposição em nossas lojas especializadas. Este lote está reservado para a medicina. 
— Medicina? — a professora Leda se mostrou curiosa. 
— Sim. Seus corpos serão usados em transplantes de cabeça. 
Jaime aproximou-se de uma das caixas enquanto o homem explicava sobre o processo de transplantar uma cabeça idosa em um corpo novo. Atrás do plástico transparente ele viu uma garota de cabelos extremamente lisos, magenta, magra, de olhos fechados. Vestia um colante acinzentado, vincado nos seios e descoberto nos ombros. 
— Mil trezentos e trinta e três — ele leu o número da caixa.
A menina abriu os olhos violetas e sussurrou:
— Ajude-me.