29 de outubro de 2014

Duas possibilidades




O que eu posso fazer? O que fazem por mim? Não há muitas opções. Na verdade, sempre estamos presos à dualidade. Esta prisão me aflige tanto; deixa-me tão triste. Minha imaginação é vasta ao ponto de me recusar a aceitar o cárcere. Recuso ao dia ou a noite; ao ódio ou amor. O que há além? O que há a mais? Só Deus sabe…

A mente não para. Mesmo presa.

16 de outubro de 2014

Politicamente incorreto


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Olá, caríssimos humanos. Minha profecia sobre a Copa do Mundo foi tal qual pesquisa IBOPE. Uma lástima e lamento. Hoje venho tecer algumas considerações sobre política. Ah, Fezesman, até você? Até você vai tentar convencer os outros a votar no PT ou no PSDB? Não sabe que política e religião não se discutem? Vai colocar no facebook: faltam tantos dias para votar 13? Não, pequeno pedaço de carne. Explico-lhe já do que falarei.

Primeiramente, essa história de que não se discute política é uma grande babaquice. É uma desculpa esfarrapada para deixar a política para ser discutida por um número reduzido de pessoas (e feita por elas). Discuta política com seu amigo, ao invés de falar mal dele ou de alguém para ele.  O que não recomendo é que você tente convencer os outros a votar no seu candidato. Cara, isso é chato. Além de chato e desagradável é idiota. O seu amigo tem discernimento para escolher sozinho o candidato dele e chega a ser uma ofensa ficar puxando saco do seu candidato para ele. Deixa o cara.

Em segundo lugar, os candidatos são dois. Ou você escolhe um ou outro. Tem o voto nulo ou em branco, mas isso não muda muito em relação às opções. Abster-se de decidir dá direito aos que o fazem de decidir por você. Alguém será escolhido, isso é fato. Você tem o direito de escolher, então escolha, cara. As opções que estão aí representam a vontade da população e deve ser respeitada ou, numa posição pessimista, a vontade daqueles que tiveram a audácia de escolher ao invés de desperdiçar o voto. Sobre a capacidade de escolher das pessoas, é outra história e isso não conta muito no negócio que vocês chamam de democracia.

Outro ponto importante, agora serei clichê como tudo que é bom (ou não) deve ser, é sobre o ato de escolher em si. Não se deixe mover por paixões que você nunca parou pra pensar de onde veio, nem por julgamentos prontos e repassados. Vá ver o que cada candidato já fez e o que pretende fazer. Veja quem tem mais merda no currículo e descarte-o para chegar o dia de eleger aquele que não roubou nada. Assista aos debates e tire suas conclusões.

Por último, mas não menos importante, não brigue com seus coleguinhas por causa de opinião política. Há motivos muito mais interessantes para brigar. Respeite a opinião alheia, mesmo que não seja a mesma que a sua. Tem mais um detalhe importante e dessa vez não serve só para política, mas para tudo na vida. Na maioria das vezes uma boca calada vale mais do que várias abertas.

Abraços fecais para todos.
Fezesman 

10 de outubro de 2014

A Ponte dos Sonhos de Athayde Martins

A Ponte dos Sonhos

Uma viagem às origens

O apresentador e radialista Athayde Martins é membro assíduo do Grupo Literário de Mogi Mirim. É também autor, além de “A Ponte dos Sonhos” do livro “Gangorra”. Sua obra aqui resenhada é marcada por ser um relato fiel da realidade do homem do campo e o seu desejo de vencer na vida. Athayde Martins escreve em ritmo de conversa, rápido e pontual. Na verdade, a própria história é mesmo uma prosa ocorrida entre o Messias, um misterioso contador de história e um bando de caipiras que frequenta uma vendinha no fim do mundo.

Messias conta a história da família de Godofredo, o personagem principal da história. Começa falando das aventuras do pai do personagem, o matuto Francisco e avança até o nascimento de Godô. A partir daí nos é apresentado o mundo do campo; a luta de uma família para se manter na roça. Tudo é tão longe, o dia é quente e o trabalho cansativo. Não há sábado nem domingo quando se tem uma plantação. O dinheiro que advém da terra fica pelo caminho, na mão dos atravessadores. A família de Godofredo, como tantas outras do nosso interior, sofre.

Godô se mostra uma pessoa inconformada com aquela situação. Inteligente, não demora muito para perceber que não há futuro para ele no meio do mato. Decide partir para a cidade e mudar de vida. Arruma um nome novo, afinal o atual sempre lhe trazia incômodo. Agora como Silva Junior ele vai à cidade de São Paulo tentar uma vida melhor. Lá é que efetivamente suas aventuras se desenrolam. Começos, fins, recomeços e novos fins marcam toda a trajetória do protagonista que não parece ter receio do futuro. Fica claro, também, o seu dedo podre para arrumar uma companheira e sua habilidade mediúnica para se meter em confusão. Tudo isso, unido á maneira rápida de narrar do autor possui um efeito interessante. Há de se ponderar sobre o amadurecimento do personagem e suas conquistas, mesmo com tudo conspirando contra. Talvez seja isso que motivou Messias a contar a história de Silva Junior aos caipiras.

Athayde Martins que é comunicador há muito tempo, deixa evidente a influencia que isso teve na sua literatura. A sua forma de narrar, que parece muito uma “conversa” e sua velocidade dão dinamismo à obra. Nunca tinha observado tal efeito. Aos desavisados pode parecer tudo muito rápido, mas há um motivo para isso: estamos escutando uma história. A forma como se comportam os caipiras e a labuta do povo da terra me soou muito familiar; um ponto de vista de alguém que realmente teve tal experiência.

Resumindo “A Ponte dos Sonhos” é um livro para ser ouvido. Uma leitura gostosa, que retrata o homem do campo e os seus sonhos. Por que o homem pode deixar a roça, mas a roça não deixa o homem. Leitura recomendadíssima. Fica a resenha e a dica.

Abraço.

6 de outubro de 2014

O primeiro capítulo de Estela está no Issuu


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Estela é o terceiro livro narrado no “Mundo de Ester”. Por sua vez, o tal mundo foi criado juntamente com o meu primeiro livro publicado. Ester, Edissa e agora Estela acontecem no mesmo cenário e, embora independam de leitura pré-ordenada, se completam. Na verdade, a relação entre os três livros fica a critério de leitor. Para o conjunto de livros que não sei se pode ser chamado de trilogia, dou o nome de “Estrela”. Com Estela fecho as histórias fantásticas narradas no Mundo de Ester e espero tê-lo feito à altura dos meus leitores. O esforço foi grande.

Deixando a conversa fiada de lado, o motivo da postagem é para divulgar o primeiro capítulo de Estela, disponível para leitura no Issuu. O Issuu é um site de publicação on line que permite aos seus usuários montar revistas e livros eletronicamente. O visual simula um livro convencional. Tal recurso já foi usado por mim em outros livros e é possível ler material completo que disponibilizo pela plataforma. Eis o meu link:

http://issuu.com/paullaw

Agora o capítulo 1 de Estela:


Abraço. 

3 de outubro de 2014

Fazendo a Memória de José Maria Duprat


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A memória fica

José Maria Duprat foi o primeiro a ocupar a cadeira de número 15 da Academia Guaçuana de Letras, cujo patrono é o poeta Mario Quintana. É também autor da obra “Vida Vivida”, publicado após sua morte que ocorreu em 29 de agosto de 2012. O Honório Cidadão Guaçuano viveu 88 anos, dos quais boa parte foi dedicada à Literatura. “Fazendo a Memória” foi o seu primeiro livro. Nele nos deparamos com um conjunto de crônicas singular, capaz de remeter o leitor a tempos memoráveis e à visão acurada de um bom observador. Do autor, tudo o que sei foi o que adquiri da leitura de Fazendo a Memória. Pessoalmente tivemos apenas um encontro, numa das reuniões da AGL; sua última. Trocamos livros e foi assim que adquiri a obrai que resenho.  
    
Nas páginas do livro de Duprat, que ele mesmo admite ter sido publicado tarde e após muita cobrança, encontramos uma realidade perdida, um mundo calmo, crianças arteiras. São crônicas que retratam passeios de bonde, ruas vazias e fazendas. Um cenário tão fantástico e perdido quanto belo. As linhas possuem gosto de nostalgia, mesmo para aqueles que nunca vivenciaram aquela época. Mudamos tanto e o próprio autor tem consciência disso. Por várias vezes suas crônicas são comparações de como era e como é. Uma vida de observações; de Português lapidado. Temas que assolam todas as pessoas são explorados pelo autor. Com o avanço da sua idade e com a partida dos seus entes queridos ou amigos, o tema morte é constantemente trabalhado pelo autor. Sua visão de fim é um relato consciente e reflexivo sobre o destino das criaturas. No fim somos todas apenas histórias.  

O destaque também fica por conta dos belos desenhos que permeiam toda a obra. Eles são de autoria da filha do autor Caru Duprat. É magnifico quando os desenhos eternizam o tempo, as pessoas. Unidos às memórias do autor o resultado é um relato fiel e emocionante de um tempo; de uma pessoa. É curioso o poder que as palavras possuem para impedir a morte. O autor está vivo nas páginas de Fazendo a Memória e não há quem possa matar sua observação; suas ideias. Isso é fascinante.

Fica a resenha e a dica.
Abraço.