19 de dezembro de 2013

Filosofia em 60 segundos

 

Filosofia Em 60 Segundos

O porquê de tudo

Prestar atenção nas coisas que exigem certa reflexão é algo em desuso na atualidade. Robotizados, automáticos, rotineiros, não nos damos conta do por que fazemos o que fazemos. “Filosofia em 60 segundos” é um trem em alta velocidade que nos passa por cima.

Andrew Pessin, mordaz, irônico, com bom humor nos mostra com velocidade um pouco de Filosofia. Voltado para o leigo no assunto (o caso deste que vos escreve), a obra aborda as principais questões filosóficas que ocuparam a mente dos pensadores por mais de três mil anos. Cuidadosamente montado, com capítulos curtíssimos que exigem pouco mais de sessenta segundos para leitura, o autor desperta o filósofo que existe dentro de nós.    

Os assuntos abordados, por vezes se contradizem. Por outras, não se concluem, como é comum em Filosofia. Por outras, ainda, nos deixam fascinado, fazendo com que o pensamento que tínhamos até então desapareça completamente. Foi o que me sucedeu sobre o assunto Tempo; sobre as deduções filosóficas que me fizeram concluir pela sua inexistência. O fascinante no ramo é que nada é 100% certo e esta conclusão pode mudar a qualquer momento com novos estudos…

Pessin deixa mais perguntas do que respostas e inquieta o nosso espírito curioso. É informado no livro que o nosso corpo troca todas as suas moléculas num período de sete anos e que se houvesse uma maneira de juntar novamente estas moléculas descartadas, teríamos novamente um “eu” mais jovem. E se este eu mais jovem se encontrasse com o eu de agora, quem seria eu realmente?

Li opiniões no sentido de que livro é raso, já que pincela os assuntos filosóficos de forma superficial. Não é o que penso. O autor trabalhou com habilidade a dúvida, a instigação. Sua intenção, como é mencionado no livro, é despertar o filósofo em cada um e não ministrar um curso de Filosofia. Na sua tarefa, Andrew Pessin se mostrou eficiente, já que é difícil não querer saber mais sobre o assunto após conhecer sua obra. Sua habilidade também é notável se analisada do ponto de vista da compilação de tantos assuntos filosóficos em um livro tão curto. A máxima do sábio que sabe dizer o complexo com palavras simples se aplica aqui.

Fica a resenha e a dica.

Abraço

17 de dezembro de 2013

O diário do Fezesman: Futebol de merda

 

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Como é sabido nos quatro cantos do país, um time aí de futebol entrou com recurso na justiça esportiva para evitar sua queda para a divisão inferior. Os “juizes de merda” deram provimento ao recurso e o time se safou mais uma vez. No lugar dele, vai um outro; um menos abastado que fez merda ao escalar um jogador que não podia. Merda à parte, a coisa toda é uma grande sujeira.

Eu não consigo entender como alguém em plena faculdade mental, ainda consegue assistir a um jogo de futebol. Tem circo melhor! Vocês perderam totalmente a noção das coisas e me surpreendem! Eu já sei que vocês não possuem caráter, honra nem dignidade, mas a apelar numa brincadeira? Isso é novo! Lembra do café com leite? Aquele sujeito que ia brincar e não aceitava os termos da brincadeira e acabava sendo ignorado? Diziam: “Ah, deixa ele! Ele é café com leite. Pois é bem este o sentimento que se tem quando se observa o tal time. Ele é café com leite e emporcalha a coisa toda porque o leite já estragou.

Eu sou um cocô, certo? Não sou jurista, não sou esportista. Para nós, cocôs, a coisa funciona assim: Eu entro numa disputa e o meu oponente é melhor do que eu. Perco, aceito a minha derrota e de cabeça erguida (se eu tivesse cabeça!), tiro o meu time de campo para melhorá-lo. Se a coisa é no campo, é lá que deve ser resolvida. Mas se eu faço merda a competição toda e quando me vem a responsabilidade, eu simplesmente “apelo”, eu não mereço nenhuma credibilidade e sou mesmo café com leite. Aqueles que torcem para mim, deveriam ter vergonha, a menos, claro, que sejam tão ou mais irresponsáveis do que eu. Muitas outras “qualidades” me vêm à mente. Acho que para a sua também…

Eu vou além. Qualquer um que goste dessa merda toda e presencie o que está acontecendo deveria parar com isso. Competição presume paridade de condições e os café com leite devem ser simplesmente ignorados como aprendemos na infância. Se a coisa não é assim e não se resolvem na própria competição, não merece credibilidade. Vá assistir ao programa da Eliana! Melhor, desligue a TV e vá dormir.

Abraços fecais.

Fezesman

13 de dezembro de 2013

Super Poderosa: O plano, parte final

 

Está no ar o último capítulo do núcleo “O plano” de Super Poderosa. Caminhamos para o fim da segunda temporada da série/livro. Espero que esteja à altura da atenção de vocês. Eis os links de leitura:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Como se encontra atualmente:

Abraços!

11 de dezembro de 2013

O Natal de Raquel e Raira

 

Raira: Onde fui criada não se falava do Natal. O que me lembro do Orfanato é que todos os dias pareciam os mesmos. Talvez fossem... Somos crianças esquecidas, abandonadas, que nada influem no mundo com sua existência. Para nós, não é permitido participar deste ritual de fim de ano; desta alegria que invade a mente das pessoas uma vez por ano. As imagens, ah, as imagens! Elas me fascinam. A TV! Puxa, como é mágica, mas era negada a nós como o natal. Das vezes que a vi, foi quando, de surpresa, eu entrava no quarto de uma funcionária do Orfanato. E foi numa dessas vezes que eu vi o tal Papai Noel; um velhinho de vermelho que voava em um trenó mágico e ainda bebia Coca-Cola. Passei a querer conhecê-lo e a experimentar Coca-Cola.

Raquel: Uma mulher pode esconder muitos segredos. O que ela não pode é impedir que o remorso lhe destrua um pouco a cada dia; que lhe consuma lentamente; dolorosamente. As minhas crianças, Deus, onde estarão? Quando chega esta época do ano, o meu peito se aperta ainda mais e o pior de tudo é que tenho de fingir que tudo está bem. Viajo tanto, as vezes para o país deles, mas não posso vê-los. Revivo mentalmente os poucos momentos que passamos juntos todos os dias da minha vida. Tenho gravado os seus pequenos rostos e tento imaginar como estarão agora; como ficarão quando adultos. O que farão? Eu espero que não o que eu faço, nem se envolvam com as pessoas que eu me envolvi.

Raira: Eu e Raul fugimos do Orfanato. Fomos buscar a nossa Coca-Cola; o nosso Natal. Somos diferentes das outras crianças e isso me faz questionar, quem, afinal de contas, é o nosso pai? Nossa mãe? Que tipo de monstro são? Eu ainda posso imaginá-los bonitos, confiantes e arrogantes. Não verdes... tenho vontade de conhecê-los e acho que pedirei isso ao velhinho do trenó. Pelo que me lembro, ele realiza desejos de todas as crianças. Outra coisa que Raul me conta e tenho medo de saber como ele aprendeu tudo isso, é sobre os nossos pensamentos. O poder que eles possuem. Eu não entendo bem, mas é como se estivéssemos conectados com nossos pais; como se fôssemos extensões deles. Nossos olhos, os olhos deles. Ele diz que o pai fala com ele através de sua mente; que o guia.

Raquel: E penso em Reinald, que não sabe dos filhos. Isso me dói também. Eu não tive escolha, tinha de protegê-los do Xadrez. O mesmo Xadrez que esconde o que aconteceu com o Rei. Temo, pressinto que algo de ruim aconteceu com Reinald, eu sinto isso. É como se estivéssemos ligados de alguma forma. Eu estou acompanhada de outras modelos e do meu empresário, estamos em uma mesa reservada. Aqui, nesta cerimônia glamorosa, destinada a um grupo seleto de celebridades, com o vinho na taça e ao som de risadas falsas, eu penso e me imagino preparando um peru para os meus filhos.

Raira: Ainda não entendi, mas não vou negar que isso é divertido. Estamos em uma casa grande, a neve cai lá fora. É véspera de natal e estamos á mesa, um homem bondoso nos chama de filhos. É assim, ter um pai? Ele ri, afaga os meus cabelos e abraça o meu irmão. Raul, que quase sempre está sério, se permite sorrir também. Isso é de verdade? Isso é maravilhoso! Há muita comida sobre a mesa, uma árvore de natal enfeitada na sala e a lareira acesa. Eu me vejo naquele comercial que vi no quarto da empregada do orfanato. E para minha felicidade ser completa, na minha mão direita está ela: a garrafa de Coca-Cola.

Raquel: Então tiro o peru do forno, o pino do termômetro levantado. O cheiro bom invade minhas narinas. Trajo luvas para não me queimar, a neve cai lá fora, observo pela janela. Estou mesmo em Paris. Aproximo-me da mesa com a forma nas mãos, todos estão em seus lugares. O meus olhos encontram os do meu filho. Ele é lindo e tem os olhos do pai. Está sorrindo, feliz. Há um homem que brinca com ele, ali, representando seu pai. Parece um bom homem, eu me casaria com ele. Eu teria aquela vida, por Deus, se teria... Então eu ouço a palavra “Mãe!” Desfaço-me do que carrego, afasto os cabelos desarrumados do rosto e me encontro com ela.

Raira: Eu a vejo, desarrumada, o cabelo negro despenteado, linda. Cansada, doce, sorrindo. Eu sei que é ela; tenho certeza. Chamo e desperto sua atenção para mim. Nossos olhos se encontram, é tudo verdade. Minha mãe está comigo. Ela não diz nada, mas lágrimas se fazem nos seus olhos, apesar do sorriso. Ela se senta, pega a minha mão e a beija. Agora tudo faz sentido; o pai está na minha mente também. Ele sussurra, sua voz é firme, mas dócil. Explica sobre o impossível; de como ele é uma ilusão. Do tempo, que não existe. Do presente que estava me dando. Ele me diz:
— Feliz Natal, filha.
Então concluo que é ele, que sempre foi ele o Papai Noel que vi na TV.

Paul Law
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Para conhecer Raquel, leia Xeque-Mate.
Para conhecer Raira, leia Rainha.

5 de dezembro de 2013

A Civilização do Espetáculo de Mario Vargas Llosa


A Civilização do Espetáculo

A Cultura está morta e enterrada

Tido como Ensaio, “A Civilização do Espetáculo” é uma consciente reflexão sobre a nossa atual sociedade. Mais que isso, é um estudo eficiente sobre o homem atual, suas instituições e objetivos. A triste e derradeira conclusão é a chamada para esta resenha: a cultura está morta e enterrada.

Mario Vargas Llosa, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2010, nos envolve com o seu texto crítico e bem estruturado. Fornece-nos aquelas informações que às vezes sentimos faltante, os porquês. Ele começa de forma estarrecedora ao afirmar que vivemos num mundo sem Cultura, já que o que se entende pelo termo, há muito deixou de existir devido ao avanço desenfreado do capitalismo e da inversão de valores. Já não existe o mesmo conceito de valor no campo das artes. Sua concepção, como o autor nos faz crer em relação a diversos outros campos, ganhou um significado simples; sinônimo de cifrão.

Perpassa por vários temas, ás vezes sutil, noutras vezes enfático, com o intuito de demostrar suas conclusões. A morte da sensualidade, do erotismo pela banalização do sexo; a extinção da literatura de verdade, agora substituída pela literatura de entretenimento, são dois dos exemplos que cito. Llosa vai além, despeja de forma precisa o seu vasto entendimento em vários campos do conhecimento humano para comparar o antes e o agora. Sem deixar de lado, com prudência, as melhorias alcançadas pela nossa civilização do espetáculo. A queda da tirania ocorrida no Ocidente de forma quase generalizada; a liberdade do pensamento e de comportamento, ainda que formalmente; a equiparação dos gêneros no campo empresarial e o repúdio à tortura são alguns exemplos que o autor esmiúça com propriedade.

Na civilização do espetáculo as pessoas estão preocupadas em se divertir e exaurem suas ações nelas mesmas. Este é campo fértil para o materialismo e individualismo. Obras de arte ínfimas, livros fúteis, música pobre são os produtos desta estrutura pirotécnica. Não sem o seu devido valor e sentido: elas vendem; há quem compre. E daí entra mais uma triste conclusão do autor, que salienta o fato de que, com a nivelação cultural das pessoas (ocorrida por baixo), perdeu-se qualidade. A quebra da divisão social, ou seja, a confusão entre cultos e incultos, ocasionou o morte da cultura. Todos, hoje, são, se acham ou querem ser intelectuais. Não sem razão ele atribui isso à ascensão da burguesia que agora se aventura por campos antes exclusivos da nobreza.

Frequentemente o autor utiliza o termo “pós-moderno” para caracterizar a sociedade, contrariando a corrente de que ainda vivemos no período “moderno” culturalmente falando. Seus motivos são óbvios e condizem com as características do termo, afinal vivemos um período no qual não sabemos nomear. O que sabemos, e só, é que não estamos mais da modernidade. Ela se foi, assim como os valores morais e éticos que carregava consigo. Vivemos uma confusão.

Para resgatar a ética o autor sugere que o homem simples deve buscá-la nas religiões. As instituições ainda conservam certos valores e alicerçam o caráter. Sua importância para “salvar” a civilização do espetáculo é crucial, é o que determina o não regresso ao tempo das cavernas. E aqui vem a última informação importante sobre esta brilhante obra: é ilusório, do ponto de vista cultural (ela nem mesmo existe!), o avanço da sociedade. Não se produz como antes, não se lê, não se tem bom gosto. A tecnologia é fantástica e contribuiu efetivamente para o desenvolvimento da ciência, da comunicação e saúde, mas não é eficiente para lidar com o que está dentro do homem. É um paradoxo, o fato de avançarmos assustadoramente no campo da comunicação, mas não termos assunto para conversar.

Assim concluo este comentário sobre “A Civilização do Espetáculo”, constatando que podemos ser “dinossauros” que ainda lutam para manter uma vaga lembrança, uma chama pequena, um indício de possibilidade de vida da Cultura. São, na literatura, aqueles autores que transcendem o momento; que produzem com a intenção de interferir na sociedade que vive, seja criticando-a, seja relatando-a. Além disso, propagando valores que as pessoas se esqueceram por estarem se divertindo demais.

Fica a dica e a resenha!
Abraço.

4 de dezembro de 2013

Super Poderosa, o plano, parte 6

 

Caminhamos para a conclusão do núcleo “O plano” de Super Poderosa. Veja nos links de leitura o penúltimo capítulo deste núcleo:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Eis como se encontra o livro/série atualmente:

Obrigado e boa leitura!

27 de novembro de 2013

Profecia de Kamila Zöldyer

 

Profecia

Porque as coisas são assim

Este “Profecia” é o último livro da trilogia Legend of Raython da escritora Kamila Zöldyer. Já falamos dos outros dois livros, Ethernia aqui e de Maldição aqui. Diferente dos livros anteriores, “Profecia” nos apresenta dois personagens principais totalmente novos, os gêmeos Kaziel e Raziel Thrower. Eles são os filhos de Elektra e Raikou os personagens centrais dos livros anteriores.

Para justificar o título, cujo prelúdio já se viu em Maldição, a chegada do filho dos Magos da Terra e do Raio faz parte de uma antiga profecia na qual está previsto o retorno de Kronus, um poderoso deus controlador do tempo. O recipiente do deus teria marcas específicas no seu corpo e no momento certo despertaria para destruir tudo e dar um novo começo para as coisas. Raziel nasceu com as marcas, o que já era esperado por sua família. O que não havia sido previsto era a chegada de Kaziel o gêmeo que viria ao mundo para impedir o irmão de executar o profetizado. Phyreon Thrower, o dono das lembranças relatadas nos livros e avô dos gêmeos deuses, descobre logo o restante da profecia: aquele que selou Kronus da última vez haveria de voltar no mesmo tempo do deus para repetir a história. Pronto, estava tudo acertado, Kaziel e Raziel estavam fadados ao combate mortal, um dia, e decidiriam o futuro do mundo.

Enquanto os gêmeos crescem e fortalecem os laços de amizade, na mesma proporção cresce a angustia de Elektra e Raikou que não conseguem achar uma solução para evitar o embate. Phyreon e seu irmão Lothus são categóricos: o único modo de garantir a sobrevivência de todos e treinar Kaziel para que ele possa vencer o irmão. O destino dos gêmeos Thrower acaba envolvendo todos os Impérios Elementais, afinal o retorno de Kronus estava marcado como o fim do mundo, mas havia quem desejava que isso acontecesse… As coisas começam a ganhar rumo quando Raziel estabelece amizade com um curioso rapaz de cabelos azuis. Ele se chama Viktor Wolfgang e sua missão também está prevista desde o nascimento. Pior de tudo é que ele sabe, sempre soube como isso ia terminar para ele.

Profecia é o ápice da trilogia. Como se os livros anteriores fossem o prelúdio para os acontecimentos narrados na obra. Os pontos que antes pareciam soltos, agora se amarram; as raças e as classes de magos, por vezes confusas, agora possuem um sentido e já não precisam ser decoradas ou já não causam tanta confusão. É que cada um tem um papel importante no embate dos irmãos Thower. As mulheres que já tinham papel fundamental anteriormente, neste ganham um papel mais conhecido. Elas são fonte de discórdia em alguns casos e em outros são o motivo de tornar as coisas mais difíceis. Elektra e Raikou, como era de se esperar, ficaram apagados na trama, já que Raziel e Kaziel tinham muito para mostrar. E mostraram…

O afamado Phyreon Thower tem o seu destaque em Profecia. Conhecemos um lado mais humano do Mago do Raio e os motivos que o forçaram a matar a própria esposa. Acreditem, isso era esperado desde o primeiro livro e a autora soube o momento certo de contá-los. A relação que ele restabelece com o irmão Lothus, ainda que por motivos específicos e comuns, faz parte desta redenção de Phyreon. Por falar em Lothus, ele também ér mais atuante em Profecia. Seja ajudando o filho, o irmão ou tomando um atitude drástica ao final. Ele se cansou daquilo tudo.

Há filosofia também. O movimento de expansão e contração que parece ser divido é citado aqui. As coisas obedecem a um ciclo como bem conclui Phyreon, elas estão expandindo para depois se contraírem. Elas estão sendo criadas para depois serem destruídas. Há dia para haver noite. Há sempre uma dualidade, pelo menos para nós humanos ainda que imortais. Nossa mente é a nossa prisão e mesmo os poderes extrondosos de Raziel já materializaado no deus destruidor com suas exuberantes e assustadoras asas alvas não pode escapar.

É possível imaginar e assim concluo, os motivos que levaram o dono das memórias narradas nos três livros a deixar o seu mundo. Ele já havia vivido tudo e, diferente do irmão, quis fazer mais. Ali não seria possível, definitivamente… É a cara de Phyreon Thower não aceitar as coisas. Se elas não são aceitas, elas não são verdades. Não sendo verdade, são mentiras.        

Ótima leitura. Fica a resenha e a dica.

Abraços.

Conheça o blog da autora e fique por dentro de tudo que acontece em Raython:

http://thundersempire.blogspot.com.br/

22 de novembro de 2013

Super Poderosa: O plano, parte 5

 

Já está on line o novo capítulo de “Super Poderosa”. Para ler basta visitar os links:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Aqui você pode conferir como a história se encotra atualmente:

Abraço e obrigado pela leitura.

15 de novembro de 2013

Diálogos Impossíveis



Impossível é só uma palavra

Diálogos Impossíveis é a reunião de várias crônicas do afamado escritor Luis Fernando Veríssimo. É um livro curto, rápido, direto e que trás para o âmbito literário as algumas curiosas crônicas publicadas em periódico. Com o humor característico, Veríssimo ainda consegue ser crítico com sutileza. Valores, encontros inusitados ficcionais e bíblicos, situações improváveis, daí o nome “impossíveis”, fazem da coletânea leitura agradável e reflexiva.

Como Kátia em uma de suas crônicas, cujo objetivo era um e acabou se tornando outro ou apenas perdido por conta do processo para sua realização, o autor fala da vida e de como ela é curiosa, ora realmente ora imaginada. Não é fato que não nos damos conta do que vivemos enquanto buscamos? A busca não vem e o que nos resta, o que fica, é o caminho. Impossível é o território, o terreno para semear a imaginação. Onde toda a coisa é plantada. Vencedor do prêmio Jabuti na categoria Ficção de 2013, Diálogos Impossíveis é um daqueles livros que você lê em um dia. Tanto pelo modo de contar de Veríssimo quanto pela extensão da obra. O que me intrigou é que não “ficou” nenhuma crônica em especial. Talvez a de Einstein e sua esposa. Sacanagem, Albert! Sacanagem…

Valeu a leitura. Fica a dica e a pequena resenha.
Abraço.  


6 de novembro de 2013

Lançamento de "A Eva Mecânica e outras Histórias de Ginoides"

 

O autor Daniel I. Dutra nos convida para o lançamento do seu livro "A Eva Mecânica e outras Histórias de Ginoides" que acontecerá na 41°  Feira do Livro de Pelotas, no Mercado Central da cidade, no dia 09 de novembro às 18h. Fica registrado o meu desejo de sucesso. Eis o convite:

convite 

Vamos?

Para conhecer o livro clique aqui. 

Comprá-lo.

Conhecer o autor aqui.

Abraços.

1 de novembro de 2013

O Plano, parte 4, de Super Poderosa

 

O livro/série “Super Poderosa” acaba de receber atualização. O Capítulo 4 do núcleo “O Plano” já está disponível para leitura. Veja lá:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Espero que gostem. Eis um pequeno trecho:

“O uniforme está sobre a cama. O raio dourado no peito da blusa, os raios dourados na lateral da calça branca. As asas nas botas estão visíveis sob o assoalho do cômodo. Quando vestida com ele, ela deixava de ser quem era e tornava-se um ser alheio às características das pessoas. Na verdade, sempre fora diferente e continuava sendo mesmo agora, sem roupa alguma. Quem era estava em si mesma, não na roupa. Ser como Thiago que não precisava de roupa especial para ajudar as pessoas seria o ideal, mas não aceitariam. Ao se lembrar do novo amigo Verônica teve vontade de sorrir. Ele já havia saído para resgatar a mãe como o verdadeiro herói que era. Havia deixado sua princesa com um beijo. Que coisa mais infantil! Condizente com a idade que tinha quando tornou-se Mercúria, pensou.”

Abraço.

25 de outubro de 2013

Super Poderosa: O Plano, parte 3

 

Olá, amigos! Está disponível para leitura nos sites parceiros o terceiro capítulo do núcleo “O Plano” de Super Poderosa. Eis os links de leitura:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Espero que a leitura seja agradável. Segue o livro/série como se encontra atualmente:

Abraços!

23 de outubro de 2013

Jogando Xadrez com os Anjos

 

Jogando xadrez com os anjos

Seu coração está onde estão as pessoas que você ama

Da autora Fabiane Ribeiro, segunda edição de seu livro de estreia antes chamado simplesmente de “Xadrez” e publicado pela editora Multifoco, “Jogando Xadrez com os Anjos” é um livro mágico. Não é por acaso que já se encontra na terceira edição e vem sendo trabalhado pela editora Universo dos Livros.

Ambientado na Inglaterra, no período subsequente à Segunda Guerra Mundial, o livro conta a triste história da pequena Anny, cuja vida não é como a das demais crianças da sua idade. Além de ser mantida o tempo todo dentro de casa e ter aulas particulares com a severa Jane, ela vê os pais apenas uma vez por semana. O único dia feliz da menina é justamente o dia que passa com os pais, o sábado, já que no domingo o casal se tranca em casa para discutir assuntos de trabalho. Aliás, o trabalho de Cindy e Jefferson é sempre o motivo de Anny levar a vida que leva, mesmo que incompreensível para ela e para nós leitores num primeiro momento.

Num desses sábados Anny recebe do pai o fabuloso tabuleiro de Xadrez de cristal. Apesar de ainda não saber jogar, ela fica encantada com a beleza das peças e do tabuleiro. O pai promete que ela aprenderá a jogar e que ambos ainda disputarão grandiosas partidas juntos. O jogo cai imediatamente nas graças da menina se tornando muito importante para ela, tal qual a sua inseparável pelúcia Tiara, outro presente do pai.     

As coisas pioram com a notícia de que Anny ficará sem os pais por um ano, devido ao trabalho misterioso que eles exercem. A professora Jane e o seu marido Hermes vão abrigar a menina durante este tempo em troca de uma boa quantia. É daí que a história realmente começa, já que passamos a acompanhar a angustiante rotina de Anny que além de conviver com a saudade dos pais, da vida de antes, passa agora a ser maltratada na casa da sua professora. Um ano é muito tempo para quem sofre… Mesmo com todas as adversidades a menina persiste com esperança e otimismo, afinal ela ainda tem o jogo de Xadrez, Tiara e as lembranças. Prometera ao pai que seria forte também. 

A ajuda vem primeiro em sonhos, no seu maravilhoso Reino Xadrez e depois de verdade com o misterioso Pepeu. Aliás, o amigo se torna o seu dedicado oponente no jogo de Xadrez. A rotina continua dura, de trabalho, de privações e de punições severas, mas Anny não perde a esperança de um dia estar novamente na sua casa, com seus pais. Isso acontecerá quando a neve chegar… Mas, o tempo vai ensinar a ela que a neve pode tardar a vir e quando isso acontecer, pode não trazer o que se espera. Por outro lado, a neve pode trazer o poder de suportar e de vencer… 

Uma mágica história que mexe com o leitor. Anny é uma Cinderela mirim que tem de aprender a viver com pessoas que a princípio não gostam dela. Entretanto, diferentemente de Cinderela que tem a certeza de que os pais estão mortos, a menina sabe que os pais estão por aí e que um dia poderão voltar. Na sua luta diária de espera e provação ela se depara com pessoas que precisam de ajuda. Dada a sua bondade, mesmo intencionalmente ela cativa essas pessoas e elas retribuem ajudando-a nos momentos mais difíceis. É o que mantém a esperança e o que molda a menina enquanto cresce distante da família. A família é outro ponto importante na história. Sua definição, a idoneidade de seus membros e a importância disso. A verdade, a triste verdade que vem com a maturidade para entendê-la, mas que não faz tanta diferença no final das contas. Afinal, temos o nosso Reino Xadrez onde tudo é como queremos que seja. Por que não?

Todos os personagens possuem suas histórias que em paralelo à de Anny, são bem trabalhadas pela autora. Não ficamos sem saber o que houve com cada um deles e não deixamos de nos surpreender com alguns. Outros, porém, são de fácil previsão. No fim das contas o que importa é o que acontece no meio dessas histórias e não o seu desfecho. Os exemplos que são passados… A forma que a autora usou para unir as histórias foi inusitada e nos mostrou que há mesmo um dedo de Deus em tudo.

Com muita qualidade Fabiane Ribeiro nos brinda com uma história bonita, tocante e que vai além de ser apenas uma história. Como é característico da autora que já teve dois livros resenhados aqui, as histórias precisam deste “algo a mais” para serem merecedoras de leitura. Assim é com “Jogando Xadrez com os Anjos”.

Fica a resenha e a dica

Para clicar

Site da autora: http://www.fabianeribeiro.com.br/

Comprar o livro:http://www.fabianeribeiro.com.br/?pg=como_comprar

Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/181554-jogando-xadrez-com-os-anjos

Blog da autora: http://reinoxadrez.blogspot.com.br/

11 de outubro de 2013

Super Poderosa: O plano, parte 2

 

Encontra-se disponível para leitura o novo capítulo de Super Poderosa. Trata-se da segunda parte do núcleo “O Plano”. Eis os links de leitura:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Eis um trecho:

O jornal é dobrado com cuidado. Depois é jogado no lixo. Armandinho afasta-se da mesa de vidro e junta as mãos num gesto apreensivo. Ele já tinha sido informado sobre o assunto, mas agora daí a se tronar público era demais. Precisava de um plano. Mulheres estavam espalhadas pelo carpete de sua sala, inconscientes. Ele suspeitava de quem havia dado com as línguas nos dentes, o faria pagar.

O livro/série:

Boa leitura! Abraço!

2 de outubro de 2013

Super Poderosa: o plano

 

Está no ar o capítulo semanal de Super Poderosa. Com ele, inicia-se o núcleo “O plano”, uma parte importante na vida da protagonista, cujas consequências vão mudá-la para sempre. Mercúria está morta?

Eis os links de leitura:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

E como o livro/série está atualmente:

Abraços!

30 de setembro de 2013

“Jogando Xadrez com os Anjos” na Avon

 

A escritora Fabiane Ribeiro, já mencionada aqui no blog algumas vezes (postagens aqui e aqui) nos apresentou recentemente a terceira edição do seu aclamado “Jogando Xadrez com os Anjos”. A edição que também é de responsabilidade da editora Universo dos Livros está com nova capa e diagramação. Veja só a capa:

  Capa Jogando Xadrez com o Anjos

(clique na imagem para aumentá-la)

Não está demais? Outra novidade interessante é que o livro vai estar disponível para compra pelo catálogo da Avon já na segunda quinzena de outubro. Com isso, a possibilidade de atingir novos leitores aumenta consideravelmente. Talento para isso não falta à autora.

Desejo-lhe sucesso!

Fica a dica para leitura! 

26 de setembro de 2013

Projeto Vivendo Escrevendo

 

 

banner vivendo

Os alunos da escola municipal Francisco Piccolomini de Mogi Mirim estão empolgados com a escrita. Trata-se de uma turma do curso especial de português ministrado pela escola para os alunos que pretendem aprofundar na disciplina curricular comum. 

Vivendo Escrevendo é o nome do projeto da turma que tem por finalidade apresentar num blog os textos produzidos pelos alunos. Estou ajudando o pessoal, colocando os textos na rede, veja lá como é:

http://vivendoescrevendo13.blogspot.com.br/

A ideia é que eles tomem gosto por escrever, escrevendo. O professor corrige os textos com o cuidado de não interferir na história e depois pede aos alunos que confiram como ficou o texto publicado. Não é legal ver o seu texto publicado de alguma forma? São crianças, adolescentes criativos que colocam no papel um pouco do que são e do que esperam da vida. Em poucas palavras é uma experiência fascinante.

Acompanhem comigo as postagens e se possível deem uma força para a turma. Tenho certeza que isso fará toda a diferença do mundo na vida deles.

Abraço.

23 de setembro de 2013

Super Poderosa: Minha morte, parte final.

 

Ardente

Está no ar o último capítulo do núcleo “Minha Morte” de Super Poderosa. Eis o texto deste capítulo:

Minha morte

Parte final

Feijão? O cheiro invade as narinas de Verônica e lhe devolve a consciência. Está em uma cama simples de um quarto pequeno, cujas paredes não são rebocadas. O piso frio, o guarda-roupa tem as gavetas caídas. Ela se senta, traja vestido, os ferimentos desapareceram.

— O vestido é da minha mãe — Um homem negro e forte entra — Eu sou Thiago.

Verônica não diz nada.

Uma senhora de pele escura, mirrada, de lenço na cabeça e de vestido florido aparece ao lado do homem forte. Ela sorri e diz:

— Não se preocupe, está segura aqui.

— Acho que ela está assustada, mãe.

— Converse com a menina, filho. Eu vou ver o fogão — a senhora se afasta.

Thiago se aproxima e se senta na beirada da cama. Ele é careca, alto e musculoso. Tem os olhos castanhos e os lábios sempre dispostos em um sorriso. Veste-se com camiseta vermelha e bermuda jeans. Possui brinco na orelha esquerda e uma tatuagem com o dizer “paz” no antebraço esquerdo.

— Sou enfermeiro e te achei caída quando voltava do trabalho. Trouxe você para minha casa e dei-lhe soro. Sei do seu dom de regeneração.

— Obrigada — ela finalmente diz.

— Minha mãe está preparando o almoço. Acho que você deve estar com fome.

Ela assente.

— Os caras daqui querem pegar você. Não foi uma boa ideia ter vindo assim, sozinha, de repente. Eles são muitos. todo mundo fulo com você; por causa dos seus poderes e sua interferência nos crimes.

— Eu só quero ajudar as pessoas, mas elas parecem que não querem ser ajudadas.

— Ah não! Você é fantástica. É uma inspiração pra gente aqui do morro que não tá envolvido com o tráfico. Sabe, um exemplo.

— Eu vim por causa dos policiais mortos.

— Eu sei. Eles também. Por isso tudo estava preparado. Você teve sorte...

Mercúria se cala. Sorte? Queriam esquartejá-la!

— Não imaginava que seria tão horrível. Que eram tão cruéis.

— Crueldade é comum por aqui. Tanto que a gente passa a não se importar. Bastou ligar pra minha mãe e não foi difícil arrumar um corpo carbonizado para colocar os seus brincos. Pobre mulher que morreu queimada viva.

— Como é? — se surpreende Verônica.

Thiago volta para cozinha próxima e observa a mãe mexer a panela de sopa com uma colher de madeira. Diz:

— Com a ajuda da minha velhinha e alguns amigos armei para que os traficantes pensem que você está morta. É a única forma de mantê-la viva. Tínhamos um corpo carbonizado e tínhamos pessoas querendo a sua morte. Unimos as duas coisas. Eles não vão perceber que aquela não é você. Soube que já deixaram o corpo na delegacia para intimidar a polícia e as pessoas.

Verônica se levanta. Vai até a cadeira da cozinha e senta-se.

— Então estou morta.

— Sim. Vai ser bom assim. Você poderá andar livremente pela favela e pegar o Armandinho de surpresa.

— Armandinho — ela se lembra do encontro com o bandido —, ele é o chefe daqui.

— Isso mesmo. Eu tenho um plano para pegá-lo. Vamos almoçar e te explico.

O enfermeiro que lhe havia salvado a vida lhe cativa de alguma forma. Ela observa enquanto escuta o plano. Ele tem facilidade para sorrir e um cérebro aguçado. É sincero, fala bem e se entusiasma com facilidade.

— Será que dará certo?

— Acho que podemos tentar — ele está lavando os pratos

Thiago conta que é de origem humilde. Sua família nunca havia deixado o morro, apesar de ele ter um salário razoável como enfermeiro. Disse que ali era o seu lugar, lá estava sua gente e quem mais precisava de ajuda. Era membro da Associação de Bairro do Morro do Ouro e angariava donativos para distribuir aos mais carentes. Comprometia parte da sua renda com projetos sociais e preferia manter a discrição. A mãe temia pela sua vida, se o trabalho começasse a interferir nos negócios dos traficantes. Ele sabia conviver com a realidade da favela e era visto como um maluco altruísta que representava pouco perigo.

Para ler a série/livro:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

Abraços!

20 de setembro de 2013

O Caçador de Pipas


O Caçador De Pipas

A guerra acontece fora e dentro de cada um

É curioso como nossa ignorância nos molda. Como, apesar de ver, não vemos. Essa ignorância dormente e conveniente pode ser incomodada com a leitura e benditos sejam os autores por isso! É o que acontece com “O Caçador de Pipas” de Khaled Hosseini. O romance que conta a vida do afegão Amir pelos olhos do próprio é um relato emocionante sobre a cultura do Oriente Médio. Seus costumes, sua religião e suas guerras. Um mundo novo, pautado na honra (mas nem tanto assim), na severidade das consequências e nas aparências.

A história começa com Amir já adulto, refletindo sobre um telefonema que acabara de receber de sua terra natal. Um velho amigo está nos últimos dias e deseja vê-lo; pedir-lhe para “consertar as coisas que há muito foram quebradas”. A proposta é um convite para a lembrança, para passadas por tudo que ele viveu para chegar ali; para ser quem era.

Voltamos ao Afeganistão da década de setenta. Um país monárquico onde a tradição é seguida a risca e a honra é fundamental. Amir agora tem doze anos e mora na mansão do pai, junto de Ali e Hassan. Estes dois são hazaras, um tipo inferior de gente segundo o costume afegão. Eles funcionam como empregados, apesar de serem tratados como amigos pelo pai de Amir. O narrador é introspectivo e um leitor voraz características que o difere substancialmente de seu pai, quem tem como grande herói. As pessoas que frequentam sua residência contribuem para a idolatria de seu pai. Ele está construindo um orfanato! 

O único amigo de Amir é Hassan, como estava propício a ser. Os meninos estão sempre juntos e a brincadeira preferida deles é empinar pipa. É justamente numa dessas brincadeiras que a vida do narrador muda drasticamente. A ocasião é especial, um tradicional torneio de pipas assistido pelas autoridades de Cabul. Dentre elas está o pai de Amir, quem não sente muito orgulho do filho, pois ele é tão diferente. Não joga bola, está sempre enfiado em algum livro. Amir enxerga a oportunidade para mostrar ao pai que pode vencer; que pode ser igual a ele. Hassan está ao seu lado. Eles podem fazer isso. 

A disputa a acirrada. As pipas no céu vão diminuindo, cortadas pelos melhores empinadores. O narrador se mantém no céu. Fica entre os dez melhores, entre os cinco e ao final a apenas uma pipa da vitória. O duelo final começa e Amir consegue a tão almejada vitória. O troféu é a pipa verde, a última a se manter no céu antes de ser vencida por Amir. Hassan promete ao amigo que trará o troféu que agora dança em queda lenta. “Eu faria isso mil vezes por você!” Só que as coisas não acabam bem, apesar de o caçador de pipas cumprir sua promessa.

O que aconteceu com Hassan a fim de trazer o troféu para Amir, marcou o narrador para sempre. Mostrou sua covardia, deslealdade e desencadeou mais defeitos que eram sempre rebatidos pela lealdade e bondade do amigo socialmente inferior. No aniversário de treze anos, Amir armou a sua maior maldade que acabou culminando na saída de Hassan e seu pai da casa em que moravam. Foi a primeira vez o narrador viu seu baba chorar. 

A guerra entra em cena, Cabul está tomada pela Rússia. Amir e o pai são forçados a abandonar tudo para manterem-se vivos, refugiando-se em cidades ainda não invadidas. A fuga é angustiante, mas acaba com a chegada nos EUA. Nova vida aguarda a dupla afegã, uma vida submissa, de empregos hazaras (inferiores) e de pobreza.

Porém, por mais que o tempo passasse; que novos rumos impostos pela guerra tiveram de ser tomados, Amir nunca pôde ficar em paz consigo mesmo. Ele estava em guerra muito antes da invasão dos soldados russos. Ele permaneceu assim, durante a nova vida nos EUA, mesmo tento realizado o sonho de ser escritor e de constituir família. O telefonema do velho amigo é o que pode dar-lhe o alento tão almejado; o fim da guerra.

O Caçador de Pipas é uma obra completa. O relato das mudanças sofridas ao longo do tempo no Afeganistão serve com pano de fundo para uma história comovente que alcança três gerações. Um povo que sofreu os horrores das guerras, da fome, da submissão e do extremismo, mas que nunca deixou de acreditar no dia melhor. Triste o que o ser humano é capaz de fazer com outro ser humano. Sua capacidade de destruir de todas as formas possíveis, mas, por outro lado, a surpreendente capacidade dos destruídos em se reconstruírem. 

Se Sócrates estivesse vivo, estaria satisfeito. A alma das coisas está na capacidade de nos surpreender. Hosseini faz isso com maestria. Leitura cinco estrelas.

Fica a dica e a resenha.
Abraço.

13 de setembro de 2013

Super Poderosa: Minha Morte, Parte 2

 

Verônica criança                                            Verônicaadulta

Acaba de ser atualizado o livro/série literária “Super Poderosa” com o segundo capítulo do núcleo “Minha Morte”. Eis os links de leitura:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Há morte…

Eis o livro como está atualmente:

Boa leitura!

Abraço.

12 de setembro de 2013

Ariosvaldo de Sidnei Salazar

Ariosvaldo


Até Deus tem dúvidas

O segundo livro lançado pela Livrus editora e o terceiro da carreira de Sidnei Salazar tem o título de “Ariosvaldo, um estranho do céu”. Como o nome sugere, trata-se de uma aventura passada por vezes no Plano Superior, cujo protagonista é um simples caipira de Goiás.

Tudo começa com Ariosvaldo já dentro de um buraco que caíra quando invadira uma propriedade abandonada para pescar. Sem tem para quem pedir socorro ele faz o que a maioria das pessoas fariam: clama por Deus. O clamor é tão insistente que atrai a atenção do Todo Poderoso que manda seus subalternos trazerem o pobre ser perante a sua presença. Deus se diverte com o modo debochado e simples de Ariosvaldo quando estão conversando. O caipira não mede palavras, mesmo estando diante do ser criador de tudo que existe e isso incomoda o panteão celestial. Como alguém ousa tratar Deus daquela maneira? É a indagação de todos os santos. Dentre eles, o mais indignado é São Lucas, o braço direito de Deus.

Deus não parece se incomodar com o jeito de Ariosvaldo. Pelo contrário, parece fascinado pela ignorância do coitado; pelo fato dela propiciar humor que ele nunca havia experimentado. O trabalho celeste é sempre sério e importante. Por falar em trabalho, há a questão sobre o que fazer com Ariosvaldo. Os anjos informam que o prazo de vida do caipira já havia se expirado; que o acidente com buraco era a deixa para o fim. Acontece que o simplório homem não quer morrer! Há sua esposa Santinha, morena faceira que não pode ficar viúva, afinal pretendentes não iriam faltar! O próprio padre da pequena Iaciara já estava de olho na morena. Então Deus decide dar uma “segunda chance” para Ariosvaldo e de quebra nomeia-lhe um anjo da guarda especial, o próprio São Lucas. 

Ariosvaldo ganhou Deus, para o espanto do próprio Lucas. O que aquela criatura ínfima e desprovida de cultura, de educação, tinha de especial? Seria sua forma simples de lidar com a vida? Deus o invejava? O dom incompreensível de Ariosvaldo causa inúmeras desventuras tanto celestes quanto terrenas. A confusão se generaliza, o que concede a chance perfeita para uma mudança de gerência celestial.

Sidnei Salazar nos brinda com um humor inteligente, sutil e mordaz. Sua crítica pontual em relação às instituições religiosas e administrativas é um toque de mestre. Ariosvaldo ao de deparar com Jesus no céu se espanta com a diferença de fisionomia que o filho de Deus tem de verdade e a que conhece dos quadros das igrejas.

Um livro de leitura rápida, coisa de um dia, mas na medida certa para nos fazer pensar. Ousado, ao colocar os personagens celestes em uma história cômica, Salazar não deixa de falar sério. A distorção do que é importante, o tratamento que damos aos nossos idosos e o oportunismo são assuntos que não têm graça. Ótima dica, ótimo livro, cujas linhas nos mostram a amadurecimento de um escritor sensível ao mundo que vive e consciente do seu papel nele.

Na medida certa… 
Fica a resenha e a dica.








6 de setembro de 2013

Super Poderosa: Minha Morte

 

superpoderosa2

Já está no ar o capítulo novo de Super Poderosa. Trata-se do primeiro do núcleo “Minha Morte”. O nome sugestivo nos revela uma nova fase na vida de Mercúria. Eis os links de leitura:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Leia o livro todo a seguir:

Na próxima semana tem capítulo novo.

Um abraço!

30 de agosto de 2013

A Menina que Semeava de Lou Aronica

 

A Menina Que Semeava

Um mundo dentro de cada um

“A Menina que Semeava” do autor estadunidense Lou Aronica é um livro novo que mistura realidade com fantasia. Se de um lado temos a adolescente Beck que convive com a possibilidade de voltar a ter leucemia e a separação definitiva dos pais, do outro temos a princesa Miea, que deve lidar com uma praga misteriosa que ameaça destruir todo o mundo de Tamarisk.

O pai de Beck, o botânico Chris Astor não consegue aceitar o fado de estar se afastando da filha. Ela está crescendo rápido, já tem 14 anos e a conexão entre eles parece próxima de ruir. Eram tão unidos na época da doença de Beck. Haviam até criado um mundo mágico para contar histórias que serviam de distração para a filha doente. Tudo estava se acabando e Chris atribuía a culpa á sua ex-esposa Polly que a todo custo tenta afastar Beck dele. Chis é um homem com a cabeça nas nuvens, segundo Polly. A menina, por sua vez, não gosta do que sua mãe diz do pai. Não poderiam viver como pessoas normais? Ainda que o casamento entre os pais não existisse, não poderiam ao menos se respeitarem? Beck não quer magoar nem sua mãe nem o pai e isso lhe custa esconder deles algo importante. 

Em núcleo diverso, a princesa Miea tem de lidar com a morte dos pais, rei e rainha de Tamarisk. O fato inesperado a transforma em rainha precoce e a afasta dos amigos e amor que começava a descobrir. Ela tem novas responsabilidades e uma delas é descobrir o que houve com os pais. Enquanto estuda os relatórios sobre o acidente, a princesa se depara com a volta de algo que já atormentou o reinado. A Praga, uma doença misteriosa que destrói toda a vegetação de Tamarisk está de volta.  

Aronica conta duas histórias e aos poucos vai estabelecendo a conexão entre elas. Realidade e fantasia em certos momentos trocam de papel e o leitor vai sendo conduzido por uma história mágica e vibrante. Conceitos filosóficos de realidade são explorados; de existência. Ao final, com as histórias intimamente ligadas, o desfecho apesar de emocionante não é surpreendente.  O leitor atento percebe o que liga os dois mundos já nos primeiros momentos de leitura. Mais que isso, é muito simples associar o problema de Beck com o problema de Tamarisk.

De leitura simples, de personagens bem construídos e cativantes, “A Menina que Semeava é uma boa leitura. Apesar da “alma” da história ser previsível, o toque de emoção que o autor deixa em suas linhas compensa. Podemos viver; vencer se o impossível for apenas uma palavra. E ele é. Fica a resenha e a dica.

Abraços

15 de agosto de 2013

3° Capítulo do núcleo Inimiga n°1 de Super Poderosa

 

Verônicaadulta

Verônica adulta

O terceiro e último capítulo do núcleo “Inimiga n° 1” já está disponível para leitura. Eis o livro como se encontra até o presente momento:

No próximo capítulo Mercúria sobe o Morro do Ouro. Você pode ler o livro pelo Isuu também, pelo link:

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Forte abraço e até semana que vem!

12 de agosto de 2013

Warld de Fagner JB

 

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O mundo muda, já as pessoas…

 

O livro Warld do autor brasileiro Fagner JB foi lançado na segunda semana de junho de 2013. Trata-se de uma ficção ambientada em um futuro perturbador, que muito tem em comum com o nosso presente. De linguagem simples, mas de estruturação peculiar, cuja ideia nos faz lembrar uma série televisiva ou um desenho animado adulto.

O livro centraliza todas as abordagens em um personagem, de nome Stevenson. Conhecemos o futuro através do cotidiano do jovem protagonista e avançamos com ele em seu emprego como policial e depois em sua participação no programa televisivo Warld. É nesta parte que Steven começa a se destacar dentre os outros habitantes do futuro. Há mistério envolvendo o programa Warld e seus participantes.

A ação é ambientada em um mundo pós-guerra e de novas regras. o que não muda é o objetivo das pessoas, ou seja, elas continuam vorazes pelo dinheiro e realização pessoal. A violência atinge nível crítico, o individualismo idem. O lucro é a religião do futuro, o que não deixa de ser um aviso. Na pior das hipóteses, uma semelhança com o que já temos aqui. Steven é também homem do seu tempo, se é que podemos falar em tempo em Warld. Preocupa-se com sua irmã mais nova, com o futuro dela e tem lá o seu caráter. É o mais próximo de herói que vamos conseguir chegar no futuro.

O texto inicial da cada capítulo é sempre interrompido por uma passagem de tempo e depois somos levados de volta a ação em volta do protagonista. O que parece ser mera ambientação justifica-se, depois, como a ideia central de Warld. Não foi por acaso que lemos o que lemos e nesse momento percebemos o quão um herói pode ter seus motivos particulares.  O fim, o fim não pode ser algo previsto com facilidade. Não se trata de fim. Nunca houve um, nunca haverá… porque eu ainda estou lá; todos nós estamos.

Incrível enredo. Rápido, impactante e bem organizado. Como já aconteceu em 7:06 do mesmo autor, a técnica de roteirização deixa tudo organizado e bem contado. Se Warld peca, é por deixar de explorar mais o que conhecemos apenas através de Steven. É um mundo rico que não cabe em um personagem. Recomendadíssimo.

Fica a resenha e segue as dicas para ler Warld:

Ganhar o e-book: https://www.facebook.com/PaulLaw13/app_601399863209989

Comprar o livro: https://www.facebook.com/PaulLaw13/app_601399863209989

Adicionar no Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/286276 

Abraço.  

6 de agosto de 2013

Super Poderosa: Inimiga n°1-parte 2

 

Verônica criança

Verônica criança

Já está no ar o segundo capítulo do núcleo Inimiga n°1 de Super Poderosa. O livro ainda continua disponível apenas no Bookess:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

Para quem quiser conferir por aqui:

Semana que vem continua…

Abraço.

31 de julho de 2013

O Oceano no Fim do Caminho

 

Há um mundo inacreditável sobmerso

A última obra do aclamado autor inglês Neil Gaiman chama-se “O Oceano do Fim do Caminho”. Trata-se de um livro curto, que deveria ser um conto, segundo o autor, mas que se tornou novela e depois romance.  É uma viagem ao desconhecido, como já aconteceu antes nas páginas de qualquer livro do autor de Sandman.

A história começa com o protagonista preparando-se para um velório. Nosso homem, sem nome, que parece estar perto dos cinquenta anos de idade, vai voltar para a localidade onde cresceu. Desviando-se não intencionalmente do caminho que deveria seguir, ele acaba chegando à fazenda Hempstock, um local conhecido de sua infância. Lá, sentado no banco verde com vista para o lago que Lettie Hempstock chamava de oceano, ele encontra o seu passado.

Os eventos desencadeados após a morte do minerador de opala que ocupava o quarto que fora dele, começam a ser relembrados. O primeiro encontro com Lettie, a fazenda Hempstock, a mãe a avó da nova amiga e o oceano, são visitados novamente. Até mesmo a chegada de Ursula Monkton para ocupar o quarto do minerador de opala em troca de tomar conta das crianças da casa: ele e a irmã. A Pulga, como a velha Hempstock, a chamava, era muito mais do que uma linda mulher…

O sobrenatural aflora como as flores do jardim da mãe do protagonista. As Hempstock, as Pulgas e as assustadoras Pragas, tudo tem ligação com aquilo que está além dos nossos olhos; do nosso mundo. O oceano é a chave para o sentido de tudo ou a completa falta dele.

Gaiman mistura elementos científicos com a fantasia em um romance único, direto e intrigante. Os pontos não são todos ligados, há algo mais; há algo que nos deixa inquietos. O quanto de real que imaginamos ser real é mesmo real? Somos tão ínfimos, como o autor faz questão de deixar claro com o episódio da morte do gato do protagonista. E se nossas mentes fossem o oceano? Questões teológicas também são exploradas de forma sútil e o efeito que isso causa ao leitor é algo subjetivo e tem a ver com o que cada um acredita. Viemos mesmo de um grande ovo cósmico que simplesmente explodiu? E se este ovo foi botado por uma galinha da fazenda Hempstock?      

Uma leitura rápida de reflexão profunda. Mágica, fantástica, escolha os adjetivos dessa natureza, mas que não deixa de ter o pé firma no que temos de realidade. Tudo faz sentido, até mesmo o que não faz. As palavras finais do autor são o freio. Algo como: “a história é essa e ponto, não há mais nada”. Será mesmo?

Fica a resenha e a dica.

Abraço.   

29 de julho de 2013

A 2ª temporada de Super Poderosa começou!

 
No ano passado começamos um projeto independente de nome “Super Poderosa”, cuja intenção era contar uma história baseada em hqs (todas as postagens do projeto podem ser lidas aqui). Aconteceu um núcleo completo de história, no qual foi apresentada a protagonista Mercúria, sua cidade e sua primeira inimiga. Capítulos curtos, texto rápido e narração no tempo presente, foram as características do projeto. Mais ainda: a disponibilização de forma gratuita nos portais Bookess e Livros On!
 
A segunda fase da história começa hoje e a atualização de capítulos será semanal, como era originalmente. O texto da primeira fase foi revisado e o título dos capítulos, mudado. Agora eles fazem parte de um núcleo de histórias, como acontece nas Histórias em Quadrinhos. Essa política segue na 2ª temporada. Por enquanto o texto está disponível no Bookess e no Issu. A disponibilização pelo Livros On! será negociada. Conto com a leitura de vocês e principalmente com a opinião.
Eis o livro com o novo capítulo “Inimiga n°1, parte 1 ”:

Ah, em tempo! O livro conta com ilustrações dos personagens!

Leia no Bookess:

Um abraço e até semana que vem com mais “Super Poderosa”!

26 de julho de 2013

Resenha de Rainha do blog Rabiscos e Fragmentos

Olá, amigos! Passando para mostrar a 1ª resenha de Rainha feita pelo blog parceiro "Rabiscos e Fragmentos". Fica também aqui o meu agradecimento. A postagem original pode ser conferida aqui.

Sinopse: Bruno Vieira Junior é um ex-delegado que após a morte da sua noiva torna-se um recluso detetive alcóolatra. Contudo, sua vida se transforma depois de ser contratado contra vontade por uma peculiar adolescente. Intrigado, ele aceita investigar o verdadeiro passado da cliente, entrando numa surpreendente trama, cheia de ação e mistério. 

Uma trama cheia de segredos que te deixa de boca aberta com as revelações! 

Bruno Vieira perdeu seu chão quando a pessoa que ele mais amava e confiava morre tragicamente após ele reagir a um assalto. Sua carreira decai e ele entra no mundo do vício pelo álcool, alegando não ter mais razões para viver. Devido a alucinações, sua ex mulher lhe aparece dando conselhos e ele resolve retomar aos poucos sua vida.
Ele resolve recomeçar sua vida como investigador para pequenos casos, coisa que seu emprego como delegado lhe ajudou bastante. É então que uma garota chamada Rafaela aparece em seu escritório pedindo para que ele faça uma investigação para ela. Ele ri, achando que não viria nada de importante de uma garota. Ele acaba aceitando investigar o que Rafaela pediu e não entende como aceitou. É como se sua mente não quisesse, mas que ele não pudesse controlar isso.
A primeira surpresa que temos é sobre a investigação: Rafaela pede para Bruno investigar sobre sua vida, seu passado, coisa que a garota não lembra. Seus pais alegam que tudo isso ocorreu devido a uma queda quando a garota andava de skate, mas Rafaela sente que não pertence aquele lugar. 
 
''Se havia sido contratado para investigar o passado, era óbvio que sua nova cliente o desconhecia. Os pais poderiam estar escondendo sua origem, foi seu primeiro palpite. Era por isso que desejou contratá-lo, queria saber quem era de verdade.
Fazia sentido. O que não tinha explicação era o fato de ele ter aceitado o trabalho. Afastou-se do computador para pensar com clareza e admitiu que era por isso que decidira investigá-la.'' Pág. 19

Rafaela então encontra em sua casa um aparelho (semelhante a um celular) que ela não tem ideia do que seja, mas seu instinto lhe diz que é uma peça fundamental para descobrir sobre o seu passado. Ele descobre que na verdade, o aparelho consegue captar as boas ações que você faz e transforma-las em dinheiro. Ele acaba investigando uma sociedade para saber o que Rafaela tem em comum com ela.


A partir dai o autor muda totalmente o rumo do livro. Eu achei que seria algo mais policial, mas Paul constrói uma ficção voltada para um clima distópico e investigativo. Adoro mesmo a escrita do autor, depois de ler ''Ester'' (outro livro de Paul Law com resenha aqui no blog) eu só esperava coisas boas para ''Rainha'' e não me decepcionei nem um pouco! Temos cenas de ação, romance, investigação, traição, segredos sendo descobertos e o epílogo do livro é o ponto máximo! Sem falar, claro, da edição que está muito bonita! Recomendo demais! 4 estrelas!

Adicione a sua estante: Skoob
Compre: Blog do livro
Confira o booktrailer: Youtube

Abraços!

23 de julho de 2013

Maldição de Kamila Zöldyer

 

Em busca de ser mortal

“Maldição” é o segundo livro da trilogia Legend of Raython da escritora Kamila Zöldyer. A nossa opinião sobre o primeiro livro pode ser lida aqui e sobre o trabalho da autora, aqui. Nessa segunda parte das memórias de Phyreon Thrower nos deparamos novamente com Elektra e seu primo Raikou, os personagens centrais de Ethernia, mas agora sobre nova perspectiva.  O texto a seguir pode conter revelações do enredo do livro Ethernia, o primeiro livro da trilogia, já que Maldição é sua continuação direta.

Após o ocorrido no palácio de Lothus Thrower, Elektra foi amaldiçoada com a Ilumina, uma magia poderosa que a transformou em imortal. Entretanto, viver para sempre sobre os efeitos da maldição não era bom negócio, já que seus efeitos implicam na impossibilitada de se curar dos ferimentos que ganhou na batalha contra o tio e ainda dividir a sua mente com dois espíritos. Este era o preço da imortalidade, uma existência eterna de sofrimento e loucura, já que as dores físicas nunca cessariam e os espíritos não se calariam.

Elektra não queria isso para ela, já era assustador ver em seu pai o que tal maldição fazia. Assim, com a ajuda do seu primo Raikou Thrower, o recém-descoberto herdeiro de Ethernia, ela parte para os quatro cantos do mundo em busca das pedras mágicas capazes de desfazer a maldição e transformá-la novamente em mortal.

Novos personagens são adicionados na trama, criaturas mágicas são exploradas e outros impérios visitados. Ao mesmo tempo em que a busca pelas pedras avança, descobrimos sobre a “relação” entre Elektra e Raikou. Há uma profecia (tema do terceiro e último livro), que os envolve; que os confunde.

Como em Ethernia, a leitura é rápida; o texto dinâmico e objetivo, povoado por diálogos. Há alterações da narrativa que ora se dá em primeira pessoa e ora em terceira. Prevalece a em terceira pessoa. O foco da narrativa também é dinâmico, ou seja, o leitor deixa um cenário e entra em outro em vários momentos, mas isso não quebra a continuidade da história. Está tudo muito bem montado, como já é característico da autora.

Dentro da Literatura Fantástica, usando os elementos de RPG e Animes, Kamila prende o seu leitor de forma eficiente. Texto simples aliado a uma história complexa que envolve maldições, romances proibidos e guerra é a pedida certa para nós, leitores. Ainda mais os novos leitores, tão acostumados com esta influência visual que agora se faz presente na literatura. É um ótimo livro.

Fica a resenha e a dica.

Conheça o blog da autora e fique por dentro de tudo que acontece em Raython:

http://thundersempire.blogspot.com.br/

Abraços.

19 de julho de 2013

O perigo de conhecer apenas uma história


Você já parou para pensar nos conceitos sólidos que carrega consigo? Nas coisas que estão fora de questão? Algo impregnado no seu ser de tal forma que nem lhe passa pela cabeça outra interpretação? Comece a pensar nisso…

Foi exatamente o que fez a escritora nigeriana Chimamanda Adichie no vídeo que compartilhamos nesta postagem. Conceitos, visões, ora moldadas por nossa vivência, ora por nossa ignorância, que nos fazem ver como vemos. E que, como se pode observar, nos induz a erros grotescos. O mundo é muito mais do que nossos olhos podem nos mostrar:


Agradeço ao amigo que me mostrou isso. Abraços.

17 de julho de 2013

A Dança do Universo de Marcelo Gleiser

 

Uma valsa tão incrível quanto mágica

 

O Espaço, o Universo, o mundo que nos circunda sempre foi algo interessante para mim e em “A Dança do Universo” os motivos se tornaram um pouco mais claros. Marcelo Gleiser conhecido cosmólogo brasileiro, nos apresenta sua visão sobre a criação de tudo, sobretudo, do ponto de vista dos leigos. Partindo dos mitos religiosos sobre o surgimento do Universo, ele avança para as teorias científicas, sem deixar de lado questões fundamentas da física, tão inerente ao nosso mundo.

E que mundo! Em “A Dança do Universo” nos deparamos com o nascimento da Física que está intimamente ligado á curiosidade humana de conhecer os mecanismos da Natureza. Por que o mundo existe? Passamos por Galileu Galilei, Newton, Einstein e tantos outros sempre em busca da resposta e ao que parece, como Gleiser nos ensina, estamos fadados a nunca alcançá-la. O motivo é simples e filosófico: a nossa mente, que é também nossa maior ferramenta para buscar esta resposta, está presa a uma curiosa limitação. Não podemos, por essência, pensar em algo que fuja do conceito “dualista inversamente proporcional”, em outras palavras, funcionamos sempre com um conceito positivo e outro negativo, como a ideia de bem e mal, dia e noite, luz e escuridão. Simplesmente não podemos fugir desta dualidade, desta prisão, não é mesmo curioso?

Mas Newton não levou a limitação em consideração ao desenvolver a chamada Física Clássica, para lidar com movimento. Tampouco Einstein quando renovou toda a Física ao propor sua Teoria da Relatividade Especial e depois a Geral. É incrível que os conceitos de Tempo e Espaço não são sólidos! Gleiser consegue nos mostrar isso, quando traduz Einstein; quando nos mostra que a velocidade da luz é a única constante universal (constante aqui deve ser interpretada como em constante aceleração em relação a todas as outras coisas). No seu exemplo de trens e motos podemos perceber que se houvesse uma motocicleta capaz de atingir a velocidade da luz e ela apostasse uma corrida com um feixe de luz, a luz continuaria a se distanciar da moto! O tempo para ambos seria diferente, o espaço também, já que para a luz o espaço é menor do que para a moto. Um corpo em velocidade quase igual a da luz diminui de tamanho. O tempo nesta mesma velocidade é “maior” do que o tempo nosso. Esta é a Física de Einstein, a Física do muito pequeno, do que está em todas as coisas.

Há mesmo um mundo novo que não podemos alcançar com nosso corpo pesado e grande. Há toda uma lógica microscópica que desafia leis básicas que conhecemos. Buscamos conhecer a origem do Universo e está claro, pelo menos para mim depois de ler este livro, que tal origem tem tudo a ver com este mundo micro que tem suas regras fantásticas. Estamos longe de saber como tudo se deu, mesmo com tantos modelos do início de tudo. Big Bang? Quem ou o que colocou “aquilo” que explodiria no lugar que se encontrava? Já havia “algo” antes? Um micro átomo primordial que mesmo estático foi capaz de “criar” a energia necessária para a matéria? Mas não é certo que qualquer coisa “estática” não produz energia? Não para o micro mundo…

“A Dança do Universo” é um livro para nos fazer questionar. Tirar-nos do tranquilo berço do visível e sensível. Voltado para nós, leigos, escrito com paixão e clareza, a obra nos desperta para o nosso impossível; para nossa insignificância. A única certeza que se tem ao fim da leitura é a de que o Universo não foi criado apenas e tão somente para nós. Há mais, muito mais.

Fascinante leitura; fascinante dança. Fica a resenha e a dica.

Abraços.        

12 de julho de 2013

Rainha e Warld na prateleira do Primeiro Livro e mais

 

Os livros Rainha e Warld foram mencionados na coluna “Na Prateleira” do blog Primeiro Livro. A blogueira amiga Amanda Cristina falou da capa, do que espera da leitura. Confira o vídeo:

Não é legal? Agradeço mais uma vez ao Primeiro Livro pela divulgação. Aproveito a oportunidade para mostrar o book trailer de Rainha. Olhem só:

Tem mais uma coisa. O blog Rabiscos e Fragmentos publicou a primeira resenha de Rainha. Vou deixar o link e depois transcrevo-a aqui no blog. Eis o link original:

http://rabiscosefragmentos.blogspot.com.br/2013/07/resenha-rainha-paul-law.html

Para quem quiser conhecer mais ou adquirir Rainha, é só visitar a página do livro aqui no blog.

Forte abraço!

10 de julho de 2013

Sidnei Salazar lançará “Ariosvaldo”

 

 

Olá, amigos! Está confirmado para o dia 27 de julho na livraria Book Store do Shopping Hortolândia, o lançamento do livro “Ariosvaldo Um Estranho no Céu”. O autor Sidnei Salazar, já conhecido por aqui pelo livro “De Volta à Pangeia” (resenha pode ser lida aqui), mandará os convites ou divulgará o horário nos próximos dias pelo Facebook. 

Confira comigo a sinopse do livro:

Sidnei Salazar, mais uma vez, com refinado bom humor apresenta um livro “delicioso”, onde mostra a simplicidade, a candura, a sagacidade e o carisma do sertanejo, nos presenteando com momentos hilários de boa leitura. É tão contagiante que não dá pra parar de ler. Aliás, não dá pra não ler...Cativante, muito bom mesmo!”

Vamos prestigiar a literatura nacional!

Abraço.

1 de julho de 2013

2° resultado da promoção “Ester clássica na minha casa”

 

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Olá, amigos leitores. Já saiu o resultado do segundo sorteio da promoção ativa na nossa página do Facebook. O Aplicativo Yes!Ganhei providenciou o sorteio de forma aleatória e automática. O resultado pode ser visto na página da promoção no facebook:

https://www.facebook.com/PaulLaw13/app_165114686916599

O ganhador foi o meu amigo Adilson Rodrigues Monção! Parabéns! Entraremos em contato para acertar os detalhes do envio do prêmio. Obrigado a todos os participantes e fiquem ligados para o novo sorteio!

Abraços. 

21 de junho de 2013

Boletim Informativo da Casa do Escritor

 

Foi com grata satisfação que recebi o 1º Boletim Informativo da Casa do Escritor de Mogi Guaçu/SP. Ele me veio pelo correio e está repleto de poesias e trovas dos escritores da minha cidade. Espero continuar recebendo as publicações posteriores!

Alguns escritores são meus conhecidos, como é o caso de Maria Ignez Pereira, Samantha Lodi, Afonso José dos Santos, Olivaldo Jr e Cícero Alvernaz, todos membros da Academia Guaçuana de Letras.

Paço a dividir com vocês algumas poesias:

“Tracei caminhos ruis,

tudo por minha ambição:

qualquer meio por meus fins

desenhei desilusão!”

(Samantha Lodi)

 

Nunca me deste desgosto

que deixasse sicatriz;

as rugas deste meu rosto

são de um passado feliz

(Roberto Nini)

Eis o Boletim, completo:

boletim1 

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É isso! Nossa cidade, nossos escritores.

Abraço.

19 de junho de 2013

O Diário do Fezesman: a atitude muda, muda tudo

 

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Uns não sabem o motivo, outros os têm claros. Tem aqueles que não se importam e aqueles que se importam demais. A verdade, caríssimo, é que não há como fechar os olhos o tempo todo, nem assistir jogos de futebol todo dia. Uma hora dá no saco.  

A gente se esquiva, tenta falar de outra coisa, de ser idiota como sempre, mas não está funcionando. Será que as pessoas acordaram mesmo? Que resolveram fazer valer seus direitos básicos? Resolveram ser gente? Eu só queria continuar falando merda, mas as pessoas não estão deixando. Elas querem falar de algo importante. Querem mudar um país.

Vá lá que tem os meus compatriotas! Os que saem às ruas para fazer merda! Aproveitando-se da situação para vandalizar; para saquear e ser aquilo que o pessoal da frente tenta impedir que exista. Sempre tem um filho da puta no meio da coisa… sempre… 

Por outro lado, tem também os policiais descendo o sarrafo no povo, ora porque pensam que se trata de quem vandaliza, ora porque o homem da lei é filho da puta também. Sempre tem um filho da puta no meio da coisa, sempre…

A merda vai demorar a ser limpa; tem a ver com caráter, educação e isso foi tirado das pessoas há muito tempo. A ignorância não é uma benção, mas se vier em um logo bem bonito até engana bem. Só que chega uma hora que de tanta bosta que se vê, se cansa e se resolve pensar em algo diferente. A União e a Insatisfação formam uma boa dupla de sertanejo universitário e como toda dupla deste ramo musical que se preze, faz sucesso.

O povo se uniu e isso é importante. As atitudes mudaram, pararam de pensar no próprio rabo por um tempo. De verdade… os artistas, os pseudo-críticos, os autores, os apresentadores de TV, você e eu, todos unidos ainda que por uma causa tão genérica. O que se nota é que merda não é o principal assunto ultimamente. Copa das Confederações o cacete! Para assisti um jogo, queremos estar vivo primeiro; queremos entender a merda do jogo e voltar para casa inteiro depois.

Eu peço desculpa pela merda que eu tive de escrever. É que com todo mundo querendo mudar as coisas eu não consegui ficar na minha. Eles não deixam, não deixam!

Saudações fecais!

Fezesman