26 de fevereiro de 2010

Secretaria de Cultura, parabeniza o lançamento de Ester


O meu livro Ester, lançado no segundo semestre do ano de 2009 pela Editora Revelar, recebeu as honras da Secretária Municipal de Cultura da cidade de Mogi Guaçu, aliás, cidade esta que atualmente resido. Um Ofício do Sr. Edenilson José Faboci, Secretário da Cultura foi enviado à minha residência, parabenizando-me pelo lançamento do livro e desejando-me sucesso na labuta de distribuir o livro e consolidar a realização deste sonho. Fiquei imensamente feliz por ter sido reconhecido pelos meus conterrâneos; por servir de exemplo para os novos autores de minha cidade.

Bem, gostaria de deixar registrado minha gratidão ao Sr. Secretário e á toda Secretaria Municipal de Cultura de Mogi Guaçu. Aproveito também, para agradecer sinceramente o Periódico "Jornal Cidade", desta mesma cidade, que ajudou-me muito na divulgação de meu trabalho. Aos amigos daqui e aos distantes fisicamente, mas nunca distantes o suficiente, o meu muito obrigado!

Paul Law

19 de fevereiro de 2010

Crônicas de Ester: A Recordação de Miranda


— Oh, Deus! Como estou bonita! – Miranda olhou para o rosto refletido nas águas do córrego que encontrara pelo caminho que resolvera seguir. O sul, como seu companheiro havia sugerido.
Os cabelos antes mal cuidados, presos num prático “rabo de cavalo”, agora estavam soltos, intensamente brilhantes e lisos; de coloração castanha, claro. Olhos de mel que sempre tivera, atualmente pareciam duas pedras amarelas, ao passo que as maçãs do rosto se encontravam levemente rosadas. As imperfeições causadas por espinhas tinham desaparecido completamente. Seus lábios, que esticavam num belo sorriso, tinham se tornado carnudos e belos.
José Mendonça, seu companheiro lhe indagou:
— Algum problema?
— Agora me recordo! — Miranda levou sua mão ao rosto ao mesmo tempo que sua mente lhe arrebatava para o pretérito.

Teve medo. Ela não queria, sabia! Não desejava morrer; não assim; não ali. Havia tanto para ser consertado, tanto... Mas o que havia chegado ao fim era o tempo. Tinha esvaziado sua ampola temporal por vontade própria:
— Droga — disse baixo, num sussurrou.
Ninguém a ouviria, ali trancada. O frasco que portava em sua mão tornou-se pesado demais e caiu se espatifando contra o piso frio de seu dormitório. Ela tentou impedir a queda do frasco, mas não pôde. Ao invés, caiu com seu corpo pesado no chão forrado por cacos.
A respiração se tornou difícil, a vista turva. Não souber precisar o que estava vendo; se era um sonho ou se estava morrendo:
— Boa noite! — Ouviu essas palavras enquanto um coturno negro se fazia em sua frente.
As palavras pareciam vir acompanhadas de um vento frio. Miranda não conseguiu responder e nem acreditou que aquilo fosse real. O veneno que havia tomado já estava lhe causando alucinações. A voz continuou:
— Um desejo! Peça uma felicidade final, você tem direito!
Os coturnos se afastaram um pouco e mudaram de posição. Estavam com os cadarços soltos quando deram lugar ao joelho pálido que tocou o piso. Então Miranda viu a face de quem lhe falava: os cabelos cacheados escorriam pelos cantos de toda aquela cabeça e seus olhos eram totalmente negros, inexistia íris. O sorriso daqueles lábios negros causou-lhe arrepio:
— Peça, menina!
Mas Miranda não tinha forças.
— Quer falar e não consegue, não estou certa? É que falas com a boca e não com a alma! Pense no desejo! Pense no que quer saber e eu lhe responderei!
A dama estranha se sentou e encostou-se à parede rosa do quarto de Miranda. Suspirou:
— Eu sou Morte! – Morte tinha respondido à pergunta inicial feita pela adolescente que agonizava.
Continuou respondendo:
— Se você vai para o inferno por ter cometido suicídio? Bem, o inferno é um estado de espírito e vai depender muito de você – Ela deu de ombros — Quer saber que horas são? — A guia de almas fitou seu pulso que não continha qualquer relógio – Data do óbito: 14 de fevereiro de 2010. Hora: daqui a dez minutos.
Morte acendeu um cigarro e baforou a fumaça:
— Adoro cigarros! Se pode pedir qualquer coisa? Não! Não se pode pedir ressurreição! Nem voltar no tempo!
Um corvo negro adentrou pela janela naquele momento e pousou perto de Miranda. Morte acariciou o animal e disse:
_ Ele é a sua culpa! Você vai morrer com ele!
Tudo parecia muito estranho para a adolescente que tinha tentado se matar. Não sabia se estava alucinando, se estava mesmo morrendo ou se sonhava. Aquele corvo grande que agora era acariciado por aquela mulher estranha que dizia ser a Morte, era definitivamente a confirmação de que as coisas não estavam normais.
— O desejo? Ah sim, voltemos ao desejo! — Morte apagou seu cigarro no piso.
Por um segundo assimilou o que Miranda tinha lhe pedido e depois disse:
— Isto é possível! Então, eu concedo a Miranda Albuquerque a sua felicidade final. Depois da alegria final causada pelo desejo eu a declararei morta!
Um trovão clareou a janela aberta.

11 de fevereiro de 2010

Crônicas de Ester: Morte e Justiça




— Sabe, Julia! O mundo as vezes é tão injusto — Disse Lady de cabeça baixa. — Sei que parece estupidez falar isso com você.
Julia Justa escutava com atenção os dizeres de sua irmã Morte. A mulher honesta não podia vê-la. Tinha as pálpebras costuradas às extremidades dos olhos; era ouvinte por excelência:
— Nas suas palavras eu noto aflição. Que pode curar a aflição da Morte? Que pode o justo trazer ao fim?
Lady balançou sua cabeça. Dava tudo por um cigarro:
— Queria justiça para os que vivem. Como sei que também precisam os mortos.
— É por isso que eu existo estimada irmã! Mas como você bem sabe, tudo obedece à uma ordem de acontecimentos. O que está ao meu alcance para plantar a justiça, sabe que faço!
Lady sorriu.
— Sei sim. É que as vezes parece insignificante...
Julia se levantou e virou de costas para a irmã. Os cabelos alongados que varriam o chão de pedra daquela sala reluziam ao sol que brilhava pela janela:
— Vê o sol? — Disse — Eu daria tudo para vê-lo. O que é insignificante para uns é tudo para outros.
Foi a vez de Lady se levantar:
— Até hoje não compreendi os motivos que te levaram a costurar os olhos! Eles eram tão bonitos!
— Meus olhos eram humanos, irmã! Para que houvesse efetiva justiça foi preciso que abrisse mão da visão e explorasse meus outros sentidos. Foi preciso fechar os meus olhos para melhor ouvir; melhor sentir...
— Isso é loucura! Seria como se eu precisasse morrer para melhor executar minha tarefa!
— E você não morre a cada morte que atesta? A cada pessoa que guia? Por falar nisso, que tem feito por essas pessoas?
Lady se sentiu encurralada e culpada, como se duas paredes grossas de pedra a pressionasse. Havia deixado muitos sem explicação.
Julia se virou para a irmã e sorriu:
— Ajudar é prelúdio para a paridade!
Lady sorriu de volta e abraçou a irmã que cheirava a rosas. Beijou-a no rosto.
Julia sorriu e mesmo com os olhos fechados para sempre, deixou que lágrimas caíssem.
Morte se afastou revigorada:
— Vou ajudar a todos!

5 de fevereiro de 2010

1 de fevereiro de 2010

Escritor guaçuano lança livro


Por Felipe Forti Tonon
O advogado Paulo Antonio Scollo Júnior, 26, quando não está em seu escritório, não perde tempo e corre para frente do computador escrever suas histórias de ficção. Nas horas vagas, Scollo se dedica ao prazer da escrita. Aficionado por internet, o jovem advogado sempre se aventurou em escrever histórias em sites e em sua página pessoal da rede mundial de computadores. Juntamente com amigos internautas, uma história de fantasias foi criada em 2007. Vários personagens foram introduzidos, mas alguns ficaram de fora. Foi aí que o escritor teve a ideia de contar uma nova história com esses personagens. “Ester”, que significa estrela, surge em um mundo fictício. Com o tempo, a bondade da garota faz com que ela volte para casa. É aí que o mundo real invade as páginas do livro e se mistura à fantasia. O escritor traça características semelhantes com a obra “Hoje é dia de Maria”, minissérie de sucesso da Rede Globo, que contava as aventuras de uma criança em um mundo repleto de imaginação. Para compor as atitudes e sentimentos da jovem Ester, Scollo analisou a vida de uma outra jovem, que mora em São Paulo. Flávia, que sofreu um acidente na infância e está em coma há mais de 12 anos. O livro é assinado pelo pseudônimo Paul Law e pode ser adquirido em Mogi Mirim, na livraria Papiros, e na Big Cópias, em Mogi Guaçu. Bancas de jornal das duas cidades também oferecem o exemplar, que custa R$ 25. O livro também pode ser adquirido pelos endereços eletrônicos paulo.antonino@gmail.com ou editorarevelar@gmail.com. Sucesso na InternetO livro “Ester”, que acaba de ser lançado, já é um sucesso na internet. Escrito em 2008, o livro foi o campeão de acessos em um site que promove a divulgação de textos de escritores anônimos. De acordo com Scollo, sua obra foi vista por mais de 3 mil internautas, se tornando o livro mais lido naquele mês. Com isso, “Ester” foi publicado pela editora Books, de Santa Catarina. Agora, o jovem autor já se prepara para publicar novos títulos, que já estão sendo produzidos. Por enquanto, Scollo pretende conseguir patrocínios e apoio para distribuir a obra em outras cidades e Estados.